Dia Internacional da Mulher
Há dez decádas, na cidade de Nova Iorque em uma fábrica de tecidos, o fogo consumia a vida de trabalhadores, em sua maioria mulheres, que gritavam por seus direitos.
Nós, mulheres, temos histórias para contar. Histórias que sufocam a nossa alma, como a fumaça que devastava os pulmões das tecelãs.
Mas, essas histórias são tão profundas que até mesmo as dores reforçam o nosso valor. Todas as aflições teceram as nossas conquistas e vitórias.
Hoje, é o dia de celebrarmos as nossas cicatrizes e lembrarmos quem somos.
Nós, somos mulheres, portadoras da bandeira da vida. Somos o olhar decidido e o silêncio que fala.
Nós, mulheres, não somos todas iguais, mas a nossa essência deseja o mesmo alvo.
Desejamos a liberdade. Fomos presas por tanto tempo que precisamos ser livres, livres de dentro para fora.
Livres dos abusos e de qualquer ato de violência.
Livres dos padrões, que nos prendem tão facilmente.
Livres dos rótulos preconceituosos, que deformam a nossa identidade.
Nesse dia, não podemos nos contentar com as flores e bombons que recebemos. Devemos nos orgulhar das nossas cicatrizes.
Cicatrizes que não expressam a delicadeza das flores, muito menos a doçura dos bombons, mas refletem a nossa força que consegue vencer até mesmo as mais duras aflições.
Nós, somos sobreviventes. Nós, somos mulheres e todos os dias são nossos!
Texto: Vivian Hellen – Agência Focs / Jornalismo Uniso