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O poder dos jingles


Entre notas e rimas criativas, melodias populares e letras que se unem aos números, ele não sai da nossa cabeça e está por todos os lados. Quem ainda não se pegou cantarolando involuntariamente as tais “musiquinhas” que os políticos usam em campanhas eleitorais? Pois é.

Mas, não pense que ele é algo recente, os jingles possuem aproximadamente 90 anos e surgiram nos Estados Unidos, na década de 20. No Brasil, ele foi trazido há 84 anos, pelo radialista pernambucano Ademar Casé. Essa espécie de propaganda cantada surgiu para auxiliar na divulgação de produtos e ajudar na máxima memorização de slogans. Levando em conta seu alto poder de passar emoção e envolver pessoas, os jingles foram adotados como estratégia principal dos candidatos e ganhou uma importância notável.

“Os jingles como todas as músicas, possuem um alto poder de influenciar as pessoas. Sua importância é extrema, através dele que a maioria dos candidatos passa suas mensagens e frisam seus números de campanha, a fim de ganhar votos”, explica David Mesquita, produtor musical e proprietário do Studio Mesquita de Sorocaba, que trabalha com gravação de jingles para vereadores.

O musicista e professor do conservatório dramático musical “Dr. Carlos de Campos”, em Tatuí, Leonardo Oliveira enaltece que boa parte do sucesso dos jingles se deve ao poder que a música desenvolve em nosso cérebro. “Acredito que a música, uma das artes mais antiga que existe, nos dá o poder de expor aquilo que sentimos, aquilo que denunciamos e informamos, como é o caso dos Jingles. Mas de forma geral, tem uma importância muito relevante por ser uma arte que desenvolve nosso intelecto e estimula o cérebro, além de permitir sentir diversas sensações.”, declara o professor.

Os jingles são instrumentos primordiais para fixação e fazem por intermédio da emoção. E isto, sem dúvidas, é essencial nas campanhas, como por exemplo, para candidatos a vereadores, porque detém a habilidade de capturar o leitor. Segundo o candidato a vereador, do município de Salto de Pirapora, Matheus Marum, os jingles contêm a vantagem da visibilidade, mas não de ganhar votos. “O jingle sozinho não é capaz de ganhar um voto sequer. Entretanto é de grande utilidade, pois divulga o nome do candidato por todo o município, e quando vamos até as pessoas muitas dizem que não nos conhecem, mas que já ouviram o jingle”, declara o candidato.

Por meio dos jingles, conseguimos captar a história do candidato, suas propostas e notar as características de forma poética e musical. Sendo uma ferramenta indispensável em campanhas, eles se tornam uma opção extra de renda para os profissionais da área. “Durante essa época, os jingles se tornam uma renda a mais para nós, profissionais de música, e uma oportunidade de mostrar nosso trabalho. Aliados à questão comercial do produto, só tem a favorecer ambos os lados”, destaca o Leonardo Oliveira.

Os jingles, geralmente possuem de 15 a 60 segundos. “O produto comercial destinado é reconhecido e vendido, no caso, candidatos e profissionais que contribuíram para o produto final também são reconhecidos tanto financeiramente como profissionalmente”, acrescenta o professor. O trabalho de desenvolver algo de qualidade e significativos tem um valor médio estimado entre R$500 e R$ 12 mil. “Particularmente, não pretendia fazer jingle, pois há o custo do jingle, do combustível para o carro e também o motorista. Ou seja, não cabia nas minhas finanças de campanha”, afirma o candidato. Segundo o produtor musical, essas propagandas musicais fazem o papel de divulgadores dos candidatos, e devem ser encarados como um custo favorável dado aos benefícios. “O jingle é um custo benefício. Fazer música não difere muito de jingles políticos, porque os dois segmentos exigem músicas. Os jingles são até mais divertidos”, conclui o produtor.

Texto: Ana Paula Reis (AgênciaJor/Uniso)
Foto: Divulgação

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