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Outubro Rosa: “Quem procura, acha, e quem acha, cuida”

No Outubro Rosa, a história de Rita Almeida, que venceu o câncer de mama, simboliza a importância do diagnóstico precoce e do cuidado com a própria saúde

Por Alyne Troiano (Agência Focas – Jornalismo Uniso)

Desde 2002, o décimo mês do calendário é dedicado à campanha Outubro Rosa, uma mobilização mundial que busca conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo que mais afeta mulheres no Brasil, com estimativa de 74 mil novos casos por ano até 2025. Já o câncer do colo do útero ocupa o terceiro lugar, com cerca de 17 mil casos anuais, ficando atrás do câncer de cólon e reto, que tem incidência estimada de 24 mil novos casos no recorte entre 2023 e 2025.

O Ministério da Saúde recomenda que mulheres a partir dos 40 anos realizem o exame clínico das mamas anualmente e que, entre 50 e 69 anos, façam a mamografia a cada dois anos. No entanto, é importante reforçar que conhecer o próprio corpo e observar alterações nas mamas, como caroços, retrações na pele ou secreções, é essencial para identificar precocemente possíveis sinais da doença. Segundo o INCA, as chances de cura ultrapassam 90% quando o diagnóstico é feito no início.

A bibliotecária Rita Almeida, hoje com 48 anos, descobriu o primeiro nódulo nas mamas aos 37. Na época, o exame apontou que se tratava de um nódulo benigno, mas cerca de um ano depois, em 2017, após um assalto que a deixou extremamente nervosa, percebeu que sua mama direita estava rígida como pedra. “Fiz os exames e recebi o diagnóstico. Foi um momento extremamente difícil. A primeira reação é negar que estamos doentes. A gente pensa que vai morrer antes disso, que chegou o fim da nossa vida”, relembra.

Depois do diagnóstico, Rita precisou tomar uma das decisões mais difíceis, iniciar o tratamento com quimioterapia ou optar pela mastectomia, a retirada total da mama direita. “Além de não querer morrer, eu fiquei também naquela grande dúvida de ficar careca ou ficar sem mama”, conta. Seguindo as recomendações médicas, ela decidiu realizar a mastectomia com reconstrução mamária imediata. O exame de biópsia mostrou que o tumor estava “in situ”, ou seja, não havia se espalhado para outros locais, o que permitiu que Rita não precisasse passar por quimioterapia ou radioterapia. “Graças a Deus, eu tive esse privilégio, em que pude fazer a mastectomia da mama direita com reconstrução mamária”, afirma.

Desde 1999, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cirurgia de reconstrução mamária para mulheres que perderam a mama total ou parcialmente em decorrência do câncer. Em julho de 2024, a legislação foi ampliada para incluir também mulheres que precisarem da reconstrução por outros motivos, além de garantir acompanhamento psicológico e suporte multidisciplinar especializado durante o tratamento e a recuperação. A reconstrução mamária é considerada um passo fundamental na reabilitação física e emocional das pacientes, pois ajuda na recuperação da autoestima e no enfrentamento da doença.

Rita conta que sua fé em Nossa Senhora de Nazaré foi essencial para enfrentar o câncer. Apesar da cura, o tratamento trouxe consequências. Por motivos hormonais e para evitar a reincidência da doença, ela precisou realizar uma cirurgia para retirada do útero. “O câncer te faz ser uma nova pessoa. Eu estava prestes a completar 40 anos, uma fase em que a mulher se sente grata por chegar até ali. No meu caso, recebi um turbilhão de sentimentos: ser paciente oncológica e, ao mesmo tempo, lidar com o fato de não poder ser mãe. Essa é a parte mais triste para mim”, compartilha.

Hoje, Rita é considerada curada pelos médicos e se tornou uma voz ativa, por meio de palestras na conscientização sobre a importância dos exames preventivos. “A mensagem que eu deixo é que quem procura, acha, e quem acha, cuida. É necessário praticar o autocuidado, fazer os exames periodicamente, o check-up, porque o diagnóstico precoce salva vidas.”

Além do autoexame e da mamografia, o INCA orienta que algumas mudanças no estilo de vida ajudam a reduzir o risco de desenvolver câncer de mama. Entre elas estão manter uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras e grãos integrais; praticar atividade física regularmente; evitar o consumo excessivo de álcool e cigarro; controlar o peso corporal; e procurar atendimento médico diante de qualquer alteração nas mamas.

O Outubro Rosa nos lembra que cuidar da própria saúde não é apenas um ato de prevenção, mas também de coragem e amor próprio. Histórias como a de Rita mostram que o diagnóstico precoce pode salvar vidas, transformar realidades e dar à mulher a chance de reescrever sua história, enfrentando o câncer com força e determinação.

Serviço

            A Secretaria de Saúde de Sorocaba promove ao longo do mês uma série de ações nas Unidades Básicas de Saúde da cidade em alusão ao Outubro Rosa. As datas e locais das atividades podem ser consultados no site da Prefeitura de Sorocaba, confira no link.

https://noticias.sorocaba.sp.gov.br/ubss-de-sorocaba-realizam-programacao-alusiva-a-campanha-outubro-rosa

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