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Manifestantes promovem ato no centro de Sorocaba pela diminuição da jornada de trabalho e fim da escala 6×1

Por Kauã Bueno (Agência Focs – Jornalismo Uniso)

O ato “Fim da Escala 6×1” foi realizado por volta das 10 horas de sexta-feira (15), na Praça Coronel Fernando Prestes, no Centro de Sorocaba, em apoio à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) proposta pela deputada federal Érika Hilton (Psol-SP).

Manifesto pelo fim da escala 6×1 em Sorocaba – Foto: Kauã Bueno

Cerca de 150 manifestantes, representantes de movimentos sociais e de partidos políticos de esquerda tomaram as ruas do centro de Sorocaba, com diversos cartazes e faixas com frases pedindo “dignidade do trabalhador” e por uma “vida além do trabalho”.

A vereadora de Sorocaba, Fernanda Garcia do PSOL, esteve presente no ato com cartazes contendo frases de apoio aos trabalhadores. Em entrevista, a parlamentar disse que o trabalhador é “explorado no Brasil”.

“O debate da pauta 6×1 consegue unificar toda a classe trabalhadora, porque afinal de contas todos nós somos explorados constantemente. A grande maioria não tem horário para estudo, lazer ou arte. Não queremos só trabalhar, também queremos ter conhecimento sobre tudo que acontece e, com a jornada excessiva, o trabalhador [não consegue].” Fernanda complementa dizendo que “uma das questões que precisa ser mais debatidas no momento é a saúde mental do trabalhador, que tem a todo momento a pressão de não ser mandado embora com essas terceirizações, essa é uma das pautas que estamos discutindo.”

A vereadora falou ainda sobre suas expectativas diante dessa luta. “Eu estou muito entusiasmada, que essa luta vai crescer por todo o Brasil, e com certeza vamos conseguir aprovar essa mudança na emenda constitucional.”

Vereadora Fernanda Garcia – Foto: Kauã Bueno

Guilherme Moreno, presidente da Juventude Socialista do PT de Sorocaba, também estava presente no ato da semana passada e falou sobre a importância dessa ação no Brasil. “Estamos vivendo um momento muito importante, que é essa luta contra a jornada exaustiva. Eu trabalhei nessa escala e sei como é o cansaço físico e mental, e estamos tendo nesse momento um boom dos trabalhadores querendo dizer chega a essa situação.”


Moreno enfatiza o aspecto humano do debate e relembra outras conquistas importantes para os trabalhadores brasileiros. “Todo ato que tivemos de conquista no Brasil, como 13°, férias, enfim, é importante a manifestação e conscientização de todas as pessoas para mostrar que, no fim, somos todos trabalhadores e queremos melhorias para as pessoas.”

Moreno conclui mandando um recado para os políticos que foram contra a PEC. “É muito fácil você ser a favor da escala 6×1 quando não se está nela, quando não é você que está ali trabalhando exaustivamente por 8, 12 ou 14 horas diárias. Para um político que tem auxílio paletó, que ganha R$ 44 mil por mês, que tem todas as regalias pagas pelo nosso dinheiro fica fácil. Quando uma pessoa está no poder ela quer manter os próprios benefícios.”

João Benites – Foto: Kauã Bueno

O militante da União da Juventude Comunista, do Partido Comunista Brasileiro e Revolucionário, João Benites, esteve presente na manifestação e falou sobre sua motivação para participar de atos políticos. “Tomar uma decisão política é se inconformar com as injustiças. O capitalismo nos coloca em uma sociedade que a todo momento você olha para o lado e vê pessoas morrendo, passando fome, sendo violentadas pelos aparatos de proteção do estado, então não participar politicamente é algo que não dá.”

Benites reflete ainda sobre as condições específicas do capitalismo no Brasil que, na opinião dele, é um país depende. “Vivemos em um país de capitalismo dependente e, a partir disso, surge uma super exploração do trabalhador. Então com um movimento organizado, com atos nacionais, com os trabalhadores engajados nas pautas, afinal são pautas que afetam grande parte da classe trabalhadora precarizada do Brasil, é fundamental para construirmos esse movimento.”

Guilherme Moreno – Foto: Kauã Bueno

Uma hora após o início da manifestação, diversos líderes dos partidos participantes discursaram para os presentes na Praça Central da cidade. Em seguida, os manifestantes se organizaram e percorreram as ruas do centro até a avenida Afonso Vergueiro, com destino ao Shopping Pátio Ciane, local onde o ato se encerrou.

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