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Número de eleitores entre 16 e 17 anos cresce após 4 anos

Por Por Vitória Rodrigues, com colaboração de Kauã Bueno e João Pedro Lara (Agência Focs – Jornalismo Uniso)

Jovens estão cada vez mais engajados na política local através das redes sociais

Uma pesquisa publicada pelo G1, em setembro de 2024, apurou que o número de eleitores entre 16 e 17 anos cresceu 80% em relação às eleições municipais de 2020, em Sorocaba (SP); ao todo, são 3.386 jovens eleitores.

Para o professor de Ciências Sociais e coordenador do curso de Filosofia da Universidade de Sorocaba (Uniso), Vidal Dias da Mota, ao se envolverem no processo eleitoral, os jovens aprendem sobre cidadania e democracia, fortalecendo a sociedade como um todo.

Dia das eleições municipais na Etec Rubens de Faria e Souza – Foto: Vitória Rodrigues

Vidal acrescenta que o aumento significativo na emissão de títulos está atribuído a campanhas intensivas de incentivo ao voto promovidas pela Justiça Eleitoral, que incluíram parcerias com atletas e figuras públicas para engajar os jovens. Além disso, a conscientização sobre a importância do voto e a participação ativa na democracia pode ter crescido entre os jovens, especialmente por estarem em um contexto de maior acesso à informação e discussões sobre cidadania nas redes sociais. “Outro fator relevante é a mudança nas políticas de alistamento eleitoral, que permitiram que jovens de 15 anos obtivessem o título de eleitor, embora só possam votar ao completar 16 anos”, completa.

Segundo Erick Maciel da Silva, de 17 anos, estudante do ensino médio, a emissão do título foi o mais complicado pela burocracia. No entanto, o jovem reconhece que “é importante participar da votação nas eleições, pois é algo que é democrático e cada pessoa importa”.

Para Júlia Anselmo, de 19 anos, estudante de Publicidade e Propaganda da Uniso, um dos maiores desafios foi entender todo o processo eleitoral desde a emissão do título até como funcionava a votação em si. Outra preocupação da jovem foi o cuidado na escolha de candidatos que realmente representassem suas ideias e valores, temendo desinformação e fake news que pudessem influenciar em sua decisão.

“Assisti a debates e li matérias em jornais e revistas. As redes sociais também foram uma ferramenta importante para acompanhar opiniões de especialistas sobre o período eleitoral”, diz Júlia.

Entrevista com Júlia Anselmo – Foto: Heloísa Maria de Oliveira

Em setembro deste ano, os estudantes Kauã Bueno e João Pedro Lara do segundo semestre de jornalismo da Uniso desenvolveram uma pesquisa de intenção de votos nas eleições municipais de 2024 com os jovens universitários, para analisarem o engajamento deste grupo na política.

Realizada com 14 alunos, a pesquisa apurou que cerca de 79% destes não acompanhavam horário político, 72% não pretendiam votar nas eleições deste ano e 65% acompanhavam as eleições pelas redes sociais.

Segundo Vidal, as redes sociais têm um impacto significativo no posicionamento político dos jovens. Primeiro, elas oferecem uma plataforma para que os jovens se informem sobre questões políticas de maneira rápida e acessível. Além disso, as redes sociais permitem que os jovens se conectem com outras pessoas que compartilham suas opiniões, criando comunidades de apoio e discussão.

Outro ponto importante é que as redes sociais facilitam o acesso a uma variedade de fontes de informação, incluindo notícias, opiniões de especialistas e conteúdo gerado por outros usuários. Isso pode ajudar os jovens a formarem suas próprias opiniões com base em uma ampla gama de perspectivas. “É importante lembrar que as redes sociais também podem ser um terreno fértil para a desinformação, fake news e pós-verdade, o que torna crucial a habilidade de avaliar criticamente as informações consumidas”, alerta.

Entrevista com Professor Vidal Dias da Mota – Foto: Maria Fernanda Pimentel

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