Colóquio em Educação faz debate sobre Paulo Freire

A mesa-redonda “Memórias e Herança de Paulo Freire” abriu os debates do Colóquio sobre o educador brasileiro, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Sorocaba (Uniso). O evento aconteceu no dia 17 de outubro, na Cidade Universitária.

Compuseram a mesa o Assessor especial da Reitoria da Uniso, professor Aldo Vannucchi; Sonia Chébel Mercado Sparti, membro do Conselho Superior Fundação Dom Aguirre (FDA), mantenedora da Uniso,  e professor Pedro Goergen, do Programa de Pós- Graduação em Educação.

Vannucchi começou citando o livro “Paulo Freire ao Vivo,” escrito por ele, Wladimir dos Santos e Paulo Freire. Falou sobre como o educador Paulo trabalhava e sobre as palestras que ele fez na universidade e ressaltou a importância do seu trabalho. “Paulo Freire é muito importante, não só na história da educação, mas também muito importante para a história da própria Uniso”, disse.

Sonia Chébel Mercado Sparti falou da sua trajetória acadêmica e como teve seu primeiro contato com Paulo Freire, por meio de um de seus livros, que ganhou na faculdade. “Ele tem tudo a ver com a Uniso e com a minha vida, por isso é tão importante relembrar suas memórias”, comentou.

Encerrando a primeira mesa, o professor Pedro Goergen fez várias citações de autores que descreviam o trabalho de Paulo Freire e mencionou como ele é conhecido em países europeus. “A obra de Paulo Freire deve ser uma metáfora que representa a luta contra a ruína humana”, finalizou.

No período da tarde, na segunda parte do evento, foi realizada a mesa-redonda “Ressignificando a Pedagogia Freireana no Tempo Presente”, integrada pelos docentes Debora Barbosa Agra Junker (Cátedra Paulo Freire – Garrett EvangelicalTheologicalSeminary- EUA), Marilena Loureiro da Silva (Universidade Federal do Pará) e Marcos Reigota (Uniso).

Os professores falaram acerca da presença da filosofia de Paulo Freire para a educação e de como ele é visto e estudado, dentro e fora do país. Para Debora Junker, no contexto brasileiro atual, a pedagogia Freireana é fundamental, uma vez que vem perdendo espaço e sendo desvirtuada dentro da educação e, por isso, o evento é de muita importância para poder relembrar o pensamento de Paulo Freire.

A professora ainda destacou que, internacionalmente, a necessidade é a mesma, pois há um processo de emergência de ideias fundamentalistas e de retrocesso. “Vejo o pensamento de Freire fora do Brasil como algo muito importante, significativo, já que há uma alienação muito grande que precisa de uma leitura da realidade, como Freire sempre falou”, concluiu.

Encerrando o colóquio, a Professora Alda Romaguera, do Programa de Pós-Graduação em Educação, conduziu uma sessão de conversa, no auditório do bloco D, apresentando os devires, as transformações que o pensamento freireano causa na Uniso, principalmente na produção acadêmica da universidade.

Como dito pelo professor Aldo Vannucchi durante a manhã, Alda ressaltou a visita de Paulo Freire à Uniso (FAFI, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, na época) em outubro de 1980, onde realizou três palestras, as primeiras no Brasil desde o retorno da Suíça, onde esteve exilado.

Auxiliada pela docente Marta Catunda, que também é do Programa de Pós- Graduação em Educação da Uniso, elas apresentaram o trabalho que realizam em conjunto com o Coletivo Grece, onde levam aulas, debates e intervenções artísticas para comunidades carentes e centros culturais. Alda Romaguera mostra que as atividades estão relacionadas à linha de pensamento deixado por Freire: “Trabalhamos com a proposta da pedagogia libertadora dele. Nós entendemos que é na comunidade que podemos fazer essa escuta freireana, oferecer encontros e trabalho em conjunto por uma solução aos problemas que as pessoas estão passando”.

Ao final da sessão de conversa, alguns dos espectadores foram escolhidos para lerem trechos de cartas escritas por Paulo Freire, que continham mensagens emblemáticas. Os presentes compartilharam suas impressões a respeito das mensagens freireanas, exaltando a profundidade e a capacidade de instigar que o pedagogo possuía.