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Alunos da Uniso produzem vídeo em Libras sobre depressão e suicídio

Setembro chega ao fim marcado pelas cores amarelo, azul e verde, representando respectivamente as campanhas de conscientização de combate ao suicídio, visibilidade da comunidade surda brasileira e a inclusão social. Pensando nisso, estudantes da Universidade de Sorocaba produziram um vídeo em Língua Brasileira de Sinais para estimular o diálogo sobre depressão e suicídio e reforçar a importância da formação inclusiva do profissional de saúde.
Intitulado “Você não está sozinho”, o vídeo começa informando sobre a depressão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2020, a depressão será a doença que mais incapacita. Dados mostram que a cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no mundo. 

E quando a pessoa é surda, saber identificar o problema e buscar ajuda, que são condições essenciais para vencer a depressão, se tornam ainda mais difíceis. “As pessoas surdas também sofrem de depressão e ansiedade e precisam de ajuda, porque eles se sentem encurralados ou abandonados pela falta de comunicação entre ouvintes e surdos”, menciona Rodrigo Suguimoto, aluno de Enfermagem da Uniso.

Procurar alguém para conversar quando estiver passando por alguma situação difícil é uma das situações reforçadas pelos estudantes. Não ter medo ou vergonha de pedir ajuda e compreender que não está sozinho podem ser os primeiros passos para conseguir vencer a depressão, a ansiedade ou outras dificuldades emocionais e psicológicas. Além de encorajar o paciente a conversar com os amigos, o material salienta a importância de procurar ajuda profissional. No caso do surdo, a falta de profissionais com capacitação em Libras surge como uma barreira. Mas já há profissionais da saúde como fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, médicos, farmacêuticos e terapeutas ocupacionais aprendendo Libras por um mundo com igualdade.
A professora Maria Ângela de Oliveira, da disciplina de Libras, oferecida na Uniso, explica que as pessoas precisam se conscientizar sobre os surdos e que é importante o aluno aprender o idioma durante a formação acadêmica para que a sociedade se torne inclusiva e para que possa informar os surdos do valor da vida. “Eu sempre penso, como explicar para a pessoa surda que ela não deve tirar a vida? Que a vida dela é importante? Que todos nós temos problemas? E o lema da prevenção ao suicídio é “falar é a melhor solução”. Realmente quando falamos, quando temos alguém para ouvir, tudo se torna melhor para nós. Nós precisamos falar. E aí eu penso, e o surdo? E a pessoa surda? Ela também quer falar. Ela fala, sim! Fala com as mãos. Por isso é importante aprendermos libras”, explicita a professora.
A equipe envolvida com a produção do vídeo é formada pelos alunos Amanda Oliveira (Enfermagem), Bianca Alves (Enfermagem), Caio Ventura (História), Carla Leonel (Fisioterapia), Joiceli Vieira (Enfermagem) e Rodrigo Suguimoto (Enfermagem), da Universidade de Sorocaba (Uniso).
2 milhões de surdos no Brasil
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 2 milhões de pessoas surdas no Brasil. O artigo “Qualidade de vida dos surdos que se comunicam pela língua de sinais: revisão integrativa”, publicado por Neuma Chaveiro e outros pesquisadores da Unesp de Bauru,  mostra que “sintomas de ansiedade e depressão são mais acentuados nos surdos e podem estar relacionados a dificuldades de comunicação”.
Muitas dessas pessoas acabam encontrando dificuldades para se inserir na sociedade pela barreira que possuem para aprender a se comunicar, sem nunca ter ouvido a voz humana ou ouvir muito pouco determinados sons. Com isso, outros obstáculos podem surgir como problemas familiares e falta de capacitação para o mercado de trabalho, por exemplo.
Edital do vestibular em Libras
A Uniso é a primeira e única universidade de Sorocaba que possui um edital de vestibular em Libras, isso colabora para que muitos deficientes auditivos possam ingressar na universidade e sejam integrados na vida acadêmica sem dificuldades.
“Se o aluno coloca na ficha de inscrição: surdez, nós da Unidiversidade, que é um setor da Uniso justamente pra atender esses alunos, fazemos o contato com ele e perguntamos se ele precisa do intérprete de sinais”, explica a intérprete educacional Francimar Maciel. O aluno surdo é acolhido e tem suas necessidades avaliadas e atendidas não apenas no processo seletivo. Se for aprovado, ao longo de toda a vida acadêmica contará com o setor específico para esta finalidade, podendo requisitar intérprete em sala de aula ou  outros recursos que se justifiquem para o seu caso.

Agência Focs / Jornalismo Uniso
Texto: Giúlia Henriane
Imagem: Divulgação | Uol

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