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Diagnóstico precoce aumenta as chances de cura do câncer infantil

A importância do diagnóstico precoce foi um dos destaques do 1º Simpósio de Oncologia Pediátrica realizado na Universidade de Sorocaba (Uniso), na última segunda-feira, dia 26. O mês de fevereiro foi escolhido para marcar a passagem do Dia de Prevenção ao Câncer, lembrado no dia 15. O evento teve como propósito reunir informações atualizadas e informar o público, reforçando a necessidade de estar atento aos sinais para favorecer o diagnóstico e o tratamento ainda no estágio inicial da doença.

Por ano 12.600 crianças são diagnosticadas com câncer no Brasil e 2.800 morrem devido à gravidade da doença, resposta ao tratamento ou até mesmo devido ao comportamento biológico do tumor. Fatores diversos podem levar ao óbito e a estatística aponta que 30% das pessoas morrem por causa do câncer no mundo. “No Brasil, o índice de cura do câncer infantil não chega a 65% e 10% das crianças estão morrendo por serem brasileiras não só devido ao câncer”, afirma a professora Ana Pires Lygia Melaragno, especialista em oncologia e convidada a participar do simpósio.
Juliana Marinho, enfermeira coordenadora do instituto GRAACC 
Em sua apresentação, a palestrante explorou a oncologia pediátrica, abordando os tipos de câncer, dentre eles os linfomas, a leucemia, os tumores renais e tumores ósseos. Para a professora, o câncer infantil é o mais agressivo, pois os sintomas muitas vezes se assemelham com sinais de doenças comuns e as chances de cura aumentam se o caso for identificado precocemente. A professora Lygia relatou como é um desafio trabalhar na área oncológica. “Muitas vezes eu me via tendo que fazer mais por esses pacientes. Desde a graduação, eu escolhi cuidar desses pacientes com câncer e sempre me esforcei para dar o máximo por eles”, destacou.
A enfermeira Juliana Pepe Marinho, coordenadora do centro cirúrgico no instituto de oncologia pediátrica do Graacc, falou sobre o desafio da radioterapia, a falta de publicações sobre o assunto e que a falta de informação a obrigou a aprender no dia a dia. Ela também informou como funciona o atendimento na unidade do Graacc e explicou procedimentos de preparação para o tratamento com um boneco para a criança interagir e se familiarizar com os aparelhos que serão utilizados. “Elas aprendem brincando”, comentou a enfermeira.
 Paciente Isabelle  Machado relatando sua experiência no Simpósio
O evento contou ainda com a participação da paciente Isabelle Ribeiro Machado, de 17 anos, que relatou como foi seu tratamento de quimioterapia no Graacc. Isabelle teve o rim esquerdo removido em uma das cirurgias e usa tom descontraído para afirmar que se sente perfeita. “Um pedaço de órgão faltando aqui, um rim ali, mas funcionando perfeitamente, e o que vale né?!”. Ela comentou sobre a importância dos enfermeiros na vida dos pacientes com câncer e se emocionou ao falar da “Dani”, a enfermeira Daniele Porto, que cuidou dela desde que era um bebê, e que os enfermeiros estavam lá nos momentos mais delicados de sua vida, quando ela se sentia irritada, debilitada. Ela brinca ao lembrar que seu meio de transporte era o carrinho de soro, e que se empurrava pelos corredores.
Para Isabelle, a presença dos enfermeiros é essencial e o mais importante para ela é o amor que os enfermeiros têm a dar aos pacientes com câncer. “Às vezes, vocês são as únicas pessoas que iremos ver no dia, as únicas que estarão para nos ouvir e conversar com a gente”. Ela se recuperou e ressalta. “Eu adoro aquele lugar, tanto e que eu pretendo fazer medicina para quem sabe um dia eu voltar para lá do outro lado”, planeja a jovem. 
Alunos do 9º período de Enfermagem finalizaram o simpósio com a peça teatral “Zyon o planeta dos carecas ”. A apresentação conta a história de um menino chamado Ricardo, um garoto com câncer que, durante o tratamento, ao invés de ficar careca, o cabelo cresce. O teatro garantiu leveza para um assunto sério, para mostrar como essa doença afeta diretamente o convívio social de uma criança com câncer.
 Palestrantes do Simpósio receberam o certificado da Uniso
De acordo com Lygia, a expectativa do público para o evento foi superada. Além disso, o engajamento dos participantes também foi destaque. “Me surpreendi tanto com o número de pessoas quanto como elas prestavam atenção. Elas realmente estavam aqui para escutar sobre o tema”, afirmou a especialista. O evento contou com a presença de mais trezentas pessoas, entre alunos e professores dos cursos de enfermagem, psicologia e outros cursos da área da saúde. A iniciativa foi da professora e enfermeira oncologista Daniele Porto.
 Convidados que prestigiaram o 1º Simpósio de Oncologia Pediátrica

Texto e fotos: Michael Danillo/AgênciaJor

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