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Cultura do Estupro na sociedade atual é discutida na Universidade

A delegada e professora Fernanda Ueda, docente do curso de Direito da Uniso, ministrou na última quarta, dia 4 de abril, uma palestra sobre a Cultura do Estupro aos alunos do período noturno da Cidade Universitária.
A professora Ueda começou apresentando casos de subjugação do feminino na publicidade e exploração do corpo da mulher, principalmente com o uso de violências e mostrando que crianças também passam isso.
“A linguagem é algo extremamente cerceador, é muito poderoso”, disse Fernanda durante a palestra. Ela usou como um dos exemplos, a música “Love the way you lie”, do rapper Eminen com participação da cantora Rihanna, mostrando o nível de violência e de abusos que a música contém, mesmo que ela tenha ficado no topo das paradas musicais por semanas. Ao mesmo tempo que a comparou com o caso de violência sofrido pela própria cantora Rihanna pelo, então namorado, cantor Chris Brown e o fato dele ter tatuado o rosto machucado dela no seu pescoço. “Qual é a sociedade que permite que um agressor tatue o rosto ferido da sua vítima? A nossa!”, acentuou Fernanda.
“Eu acho muito importante discutir esse assunto, porque a imagem da mulher está muito vulnerável, as pessoas têm a mulher como objeto, não valorizam a mulher como a mulher é”, falou Ana Paula Chagas, 26 anos, estudante do curso de Nutrição.
 Delegada apresenta o vídeo contendo cenas de violência
A palestrante também apresentou matérias de jornais sobre estupro e assédio, mostrando comentários onde o público culpava as vítimas, ao mesmo tempo que mostrava dados que contestavam todas as acusações anteriores. “Cultura do estupro é um assunto que precisa ser manifestado, as pessoas precisam conhecer. A grande dificuldade de falar de feminismo e desigualdade social e de gênero, é, principalmente, as pessoas desacreditarem que ele existe. Quando eu não falo dos mecanismos de freios, quando eu desacredito deles, é muito fácil eu desconsiderar e dizer: Bem, o machismo não existe, logo o feminismo não precisa existir”, explica Fernanda.
“O discurso é muito forte, o poder do discurso altera as coisas ou também as mantém do jeito que estão. A comunicação é extremamente importante, não há nem o que questionar isso” disse Fernanda, se referindo ao papel da Comunicação no combate a Cultura de Estupro.
A palestra é a primeira de um projeto que trará mensalmente convidados para falarem sobre o “Universo da Mulher”, abordando temas como a cultura do estupro, empreendedorismo, empoderamento feminino e outros. O projeto é uma iniciativa dos cursos de Comunicação, Direito e Psicologia. 
Texto:  Isa Feijó e Pâmela Ramos/AgênciaJor
Fotos: Cléo Nunes/AgênciaJor

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