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Comunidades precisam ser olhadas de forma mais acolhedora e com menos preconceito, diz Márcio Brown

Em evento na Uniso, o rapper conversou com estudantes de comunicação na última quarta-feira, 05/04

Kauã Rocha (Agência Focs – Jornalismo Uniso)

Márcio Brown nasceu Márcio Roberto dos Santos. É sorocabano, rapper, arte-educador, militante do movimento negro e do Hip Hop. Cresceu nos arredores da cidade. Ainda menino frequentava pontos de encontro da comunidade onde havia a cena do hip hop. O Clube 28 de Setembro era um deles. E na última quarta-feira (dia 5), Brown esteve na Universidade de Sorocaba onde “bateu papo” com os alunos sob o tema “O Hip-Hop Sorocabano”.

Palestra sobre Hip-Hop aconteceu no dia 05/04 (Foto: Divulgação / Instagram @brownm.r)

Com ampla bagagem na música e cena urbana, Brown “trocou ideias” e contou um pouco sobre seu trabalho e missão em parceria com seus colegas, para o benefício da comunidade bem como para a construção de uma sociedade regional melhor. Com memórias pautadas por questões raciais, ele expôs elementos coletivos que nos permitem entender o momento de consolidação deste movimento em nossa região.

Por meio de sua música, Brown falou de questões do cotidiano, em especial a desigualdade. Na conversa com os estudantes, disse sobre como o hip-hop é uma forma de se comunicar ao dar voz aos pensamentos dos jovens que habitam as comunidades na busca por evolução, onde muitas vezes é escasso o acesso à cultura.

Destacou o fato de que há a necessidade de atenção para as comunidades que enfrentam uma realidade divergente que precisa ser observada com um olhar mais acolhedor e sem preconceitos, pois em cada lugar existe uma condição social. De maneira veemente, Márcio Brown sentenciou: “é necessário que, a partir da juventude, se despertem novos olhares”.

O cantor trouxe referências sobre questões raciais e cultura brasileira (Foto: João Aoki)

Para Brown, o evento na Uniso foi muito importante, pois a troca de ideias com os estudantes da comunicação é necessária para compartilhar fatores que moldam o imaginário das pessoas e entender a sociedade como um todo. “A segregação cultural é um problema a ser debatido que precisa de maior visibilidade”, diz. E complementa: “Existem várias pessoas dentro do movimento, porém não conseguem passar a informação adiante. Precisamos juntar forças para potencializar as informações”.

Carreira

Em 1998, em parceria com o grupo Fora do Crime, Brown lançou o primeiro registro do Rap em Sorocaba. Com eles, participou de alguns concursos onde obtiveram destaque, o que os ajudou a ganhar espaço em revistas e até mesmo aparecer em um programa da extinta MTV Brasil.

Atualmente, como um intelectual orgânico, Brown leva sua mensagem em eventos e palestras pela região. Frequentemente está nas escolas para rodas de conversa com jovens e crianças, onde promove o bom relacionamento nos ambientes. Para ele, a educação é um elemento primordial para o desenvolvimento pessoal.

No Brasil, o hip-hop ganhou expressão na década de 1990 como um movimento periférico, na tentativa de dar voz aos marginalizados da sociedade. Neste gênero musical, a questão racial é ponto central do seu discurso, problematizando o papel do negro na sociedade. Márcio Brown tem influência no cenário do hip-hop regional. Com uma trajetória composta por grandes histórias de conquista, o rapper ganhou visibilidade e tornou-se referência para os jovens das comunidades locais, tendo em vista seu pioneirismo no estilo musical e a pregação do hip hop com os valores de respeito, paz, amor e união. É possível acompanhar o trabalho de Brown por meio dos canais das redes sociais: Instagram: @brownm.r, @fala-brown.

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