Cooperativas sofrem com queda de preço dos materiais em Sorocaba
Crise financeira causa dificuldades e diminuição de cooperados é uma das consequências.
Laura Melaré Corrêa (Agência Focs – Jornalismo Uniso)
Há duas décadas de existência, a cooperativa CORESO, com sede localizada no bairro Além Ponte, em Sorocaba (SP), tem passado por grande dificuldade financeira, gerada principalmente pela queda do preço dos materiais recicláveis.
O preço dos produtos caiu 60%, sendo que o papelão está entre os mais desvalorizados. Na pandemia, o material chegou a custar R$ 1,70/kg, hoje está custando R$ 0,30/kg. A latinha, antes vendida por R$ 12/kg, agora é comercializada por metade, R$ 6/kg.
“As contas continuam chegando, não diminuem de acordo com o preço dos materiais”, relata Claire Cristina Pasqualini, tesoureira da instituição.
Ela conta que a queda do preço dos materiais impacta diretamente em todos os setores, que funcionam por meio do rateio. Depois dos materiais comercializados, são pagas as despesas da cooperativa e o que sobra é rateado para os cooperados. Porém, muitos deixam a cooperativa para buscar melhores oportunidades.
Áurea Aparecida, presidente da CORESO, diz: “há 23 anos, trabalho com cooperativa e nunca passamos por uma crise como estamos passando agora de um ano e meio para cá”.
A CORESO é titulada como ‘Utilidade Pública’ e recebe ajuda da prefeitura apenas com os caminhões para a coleta, ou seja, a cooperativa é responsável pelo restante das despesas.
Em Sorocaba recicla apenas 2% dos resíduos sólidos. Renan Angrizani, engenheiro ambiental, explica que se o resíduo não está chegando às cooperativas é porque está com os aterros sanitários como destino.
Isso causa grande consequência ambiental, como a diminuição do tempo de uso de um aterro e a sobrecarga dos já existentes. “Sorocaba tem a problemática de espaços para comportar um aterro, portanto hoje os resíduos produzidos na cidade estão indo até Iperó”, complementa.
A reciclagem se faz necessária para renovar resíduos reutilizáveis e se o destino de uma porcentagem desses materiais continuar indo a aterros, os produtos podem entrar em escassez. “Estamos consumindo muito mais do que podemos recuperar”, relata Angrizani.
Entre os tipos de reciclagem, há a separação doméstica, porém, no Brasil, a maior parte é feita pela coleta seletiva, sendo as cooperativas uma referência para isso.
Prezada Jornalista Laura Melaré Corrêa,
Gostaria de parabenizá-la pela excelente reportagem sobre a crise enfrentada pela cooperativa CORESO na cidade de Sorocaba.
Sua matéria não apenas informa, mas também destaca uma questão de extrema importância para a comunidade e para o setor de reciclagem como alerta em todo território nacional.
Sua atenção aos detalhes e a forma clara e objetiva com que apresentou a situação atual da CORESO, incluindo a significativa queda nos preços dos materiais recicláveis e suas consequências para a cooperativa e o meio ambiente, foi de grande utilidade pública.
Seu compromisso em trazer à tona os desafios enfrentados por essas instituições é admirável e essencial para conscientizar a população e as autoridades sobre a importância do apoio às cooperativas de reciclagem.
Agradeço pela sua dedicação e pela excelência na narrativa.
Reportagens como a sua são fundamentais para fomentar a discussão e buscar soluções para problemas tão críticos.
Parabéns pelo trabalho e pela contribuição valiosa à sociedade.
Atenciosamente,
Luciano Coelho