Uniso recebe II Congresso Latino-Americano de Farmacoepidemiologia com especialistas de 18 países
Evento internacional reuniu pesquisadores de diferentes continentes para debater o uso racional de medicamentos e fortalecer a cooperação científica em saúde pública
Por Maria Clara Russini (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
Entre os dias 9 e 11 de outubro de 2025, o bloco F da Universidade de Sorocaba (Uniso), campus cidade universitária Professor Aldo Vannucchi, foi palco do II Congresso Latino-Americano de Farmacoepidemiologia (ISPE LATAM), um dos principais encontros científicos da área na América Latina. Realizado em formato híbrido (presencial e online), o evento ampliou o alcance das discussões e reuniu mais de 60 pesquisadores de 18 países, entre eles Brasil, Chile, México, Estados Unidos, Índia, Hungria, Itália, Suécia e Quênia, consolidando Sorocaba como um importante centro de debates científicos internacionais.
A programação foi diversificada, com palestras, simpósios, workshops, apresentação de pôsteres e cursos de habilidades (“skills courses”) oferecidos antes das sessões principais. A abertura, intitulada “Bridging the Gap: Addressing Pharmacoepidemiology Disparities in a Global Context”, destacou um dos eixos centrais do encontro: as desigualdades globais no acesso a dados, na capacidade técnica e na aplicação de métodos científicos entre países e populações.
Entre os nomes de destaque internacional estiveram Bjorn Wettermark, Augusto Afonso Guerra Jr., Daniela Claudia Moga, Maria Pilar Sanchez Olavarria, Ria Benko, Tais Galvão, Ursula Kirchmayer e Vincent Lo Re, todos reconhecidos por suas contribuições à pesquisa e ao desenvolvimento de políticas públicas baseadas em evidências.
O congresso contou com o apoio de instituições como o Instituto Veredas, o Instituto de Diagnósticos (IDs), a Psicobox, o Programa Rational Use of Medicine (RUM) da Uniso e a própria ISPE (International Society for Pharmacoepidemiology).
Para a professora Luciane Cruz Lopes, doutora em Epidemiologia, Bioestatística e Farmacoepidemiologia, chair do comitê cientifico e coordenadora da comissão organização, participar da organização de um evento desse porte é uma experiência desafiadora e inspiradora: “Posso te dizer: é como montar um quebra-cabeça 3D à prova de incêndio, excitante, exaustivo e, no fim, profundamente gratificante. É preciso pensar em mil coisas ao mesmo tempo: conteúdo científico de qualidade, logística híbrida, patrocínios, comunicação, coordenação de equipe e até gestão de crises de última hora. Mas há uma energia contagiante em ver tudo ganhar forma, os debates acontecerem e os participantes se conectando.”
A pesquisadora destacou ainda os principais desafios enfrentados: desigualdades regionais de infraestrutura e acesso a dados, barreiras técnicas do formato híbrido, captação de recursos e engajamento de países menos representados na América Latina. Além disso, questões éticas, privacidade de dados e sustentabilidade foram pontos de atenção constantes.
Após três dias de intensas atividades, Luciane resume o sentimento coletivo da equipe e dos participantes: “É uma exaustão boa, o cérebro fervendo, mas com a sensação de que valeu a pena. Ver estudantes motivados, trabalhos locais apresentados, lado a lado com pesquisas internacionais e novas colaborações surgindo é profundamente gratificante.”
Ela acredita que o congresso reforça o papel da Universidade de Sorocaba no cenário científico latino-americano: “Um evento desse porte fortalece os cursos da área da saúde, amplia o networking, dá visibilidade a grupos de pesquisa e mostra que a Uniso tem capacidade de sediar encontros internacionais de alto nível. É um cartão de visita para futuras parcerias e colaborações científicas.”












