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Homenagem a Ademir Barros dos Santos

Série sexta-feira, dia de Oxalá (In memorian de Ademir)

Homenagem 1

“Ademir Barros dos Santos foi um militante negro comprometido com a construção de uma sociedade mais justa, plural e antirracista. Atuou com firmeza e sensibilidade na defesa da Educação das Relações Étnico-Raciais em Sorocaba, integrando o Grupo de Ações Articuladas (GAAR-SEDU) em 2017, onde contribuiu ativamente para a formulação de uma pauta coletiva voltada à implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais (DCNERER).

Tive a alegria de partilhar com Ademir o espaço formativo da ACIEPE ETNS-UFSCar, no dia 18 de maio de 2021, quando trabalhamos juntos o tema História e Cultura Afro-Brasileira e Africana: Religiosidade Afro-Brasileira. Sua presença era potente — uma mistura de serenidade, sabedoria e compromisso ético com a ancestralidade.

Pesquisador da história e cultura afro-brasileira, Ademir também deixou sua marca no audiovisual ao participar, em 2010, do documentário A Umbanda é Mogibá (Curtadoc), revelando ao público a profundidade da religiosidade afro-brasileira como território de resistência, fé e dignidade.

O legado de Ademir é de luz e continuidade. Ele nos ensinou que o conhecimento é um ato político e que a espiritualidade é também caminho de libertação. Sua voz permanece ecoando nas escolas, nos terreiros, nos grupos de pesquisa e nos corações daqueles que acreditam na educação como prática de liberdade.”

Adilene Cavalheiro –14/10/2025.

Print do documentário A Umbanda é Mogibá

Acessos ao documentário a Umbanda é Mogibá

Homenagem 2

“Ele sempre me chamava de “parceiro”. E isso não é pouco. Éramos mais do que amigos. Estávamos juntos numa empreitada maior que envolvia a difusão cultural e, de certa maneira, a revelação de muitas histórias ocultas pelo pó dos que se apoderam da sociedade para contar apenas a sua história. Realizamos alguns trabalhos juntos como passeios pelos lugares de memória negra em Sorocaba e, também, vídeos sobre João de Camargo e os territórios negros de Sorocaba, com financiamento do SESC Sorocaba. Andamos por muitos lugares – até na cidade de Dois Córregos estivemos juntos em feira literária – sempre em parceria. No Cafundó aprofundamos a nossa amizade (eu participava como aluno de um curso de cupópia pelo Nucab). Tínhamos um projeto de escrever um livro sobre a Vó Cida da Vila Amélia. Encontrei-me com ele há algumas semanas. Falou em retomarmos esse projeto. Mas, infelizmente, ele se foi. Aprendi muito sobre a África (ou Áfricas), coisas que uso até hoje em minhas aulas. Ademir Barros dos Santos foi um grande amigo. Mais do que isso, um parceiro com o qual tive o prazer de compartilhar momentos significativos de aprendizado.”

Carlos Carvalho Cavalheiro –14/10/2025.

Carlos e Ademir em uma de muitas feiras literárias que visitaram juntos | Foto: Ricardo Conrado Schadt

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