Estudantes latino-americanos vivenciam a rotina universitária brasileira pelo Global Connect
Programa reúne universitários de diferentes países para troca de experiências culturais na Universidade de Sorocaba (Uniso)
Por Rafaela Sallum (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
O Global Connect é um programa da Universidade de Sorocaba (Uniso) que prevê a recepção de estudantes estrangeiros com o objetivo de proporcionar uma imersão brasileira, o que inclui a experiência da língua portuguesa e da cultura nacional. Os convidados estrangeiros podem vivenciar a rotina universitária brasileira em aulas e em outras atividades acadêmicas, além de experimentar a cultura do país. Do ponto de vista institucional, o projeto busca fortalecer os laços entre a Uniso e instituições parceiras, visando a internacionalização da universidade e promovendo a troca cultural.
Alunos de países da América Latina têm tido prioridade no programa por conta das proximidades geográfica e cultural, mas também pela similaridade dos idiomas, o que facilita a interação. Este ano, os alunos estrangeiros estiveram na Uniso ao longo da semana passada, de 20 a 24 de outubro, e vieram de duas instituições de ensino, a Universidad Antonio Nariño (UAN), na Colômbia, e a Universidad Pedagógica de El Salvador (UPED). A seleção dos alunos foi feita diretamente pelas instituições de origem que contemplaram dois estudantes cada.
Entre os alunos recebidos no intercâmbio está Héctor Enrique Zelada Juárez, 23 anos, graduando de Ciências da Educação com especialização em Língua Inglesa. O estudante salvadorenho comentou que além da troca de conhecimento com os brasileiros, foi a primeira vez que fez uma viagem internacional. Segundo Juárez, a parte mais emocionante foi viajar de avião e sentir o coração chegar à boca. “Seria a primeira vez que eu estaria fora do país e, obviamente, a primeira vez que voaria. Foi muito emocionante. No início, pude ver no meu smartwatch que o coração vinha a 168 bpm.” Durante o período de imersão, Juárez destacou que as suas expectativas foram superadas desde o primeiro dia, especialmente pelo acolhimento da comunidade. Ele conta que ficou positivamente surpreso com o tratamento que recebeu das pessoas, com a comida, o clima, os meios de transporte e os preços das coisas. Outro ponto de destaque, na opinião de Juarez, é a qualidade da educação no Brasil e a capacitação das pessoas com quem teve contato na visita, por isso também ele considera que a melhor parte dessa imersão foram as pessoas que conheceu. “As pessoas são humanas de verdade, assim como deveria ser no resto do mundo. Até agora ninguém me tratou mal, todos têm sido super atenciosos. A universidade é incrível, daria tudo para estudar ou oferecer meus conhecimentos trabalhando aqui, mas o que mais me apaixonou foi a qualidade das pessoas. Com pessoas assim, vale a pena viver.”
Assim como Juárez, Laura Camila Murcia Ramírez, 26 anos, estudante de Arquitetura na Universidade Antonio Nariño, na Colômbia, garante que a experiência foi boa e que ela se vê diferente após essa vivência. Laura afirma que sair da sua zona de conforto, interagindo em um idioma diferente, o que era a preocupação principal desde o início, foi um desafio porque poderia ser uma barreira na comunicação com colegas e professores. “O maior desafio que tive no Brasil foi me comunicar com as pessoas, mas elas são muito gentis, falam um pouco mais devagar. Então consegui entender e quando me perguntavam sobre espanhol, pude compartilhar minhas diferenças culturais e assim criamos uma troca intercultural.”
Outro participante do programa, Diego Alejandro Crespin Muñoz, 25 anos, graduando em Engenharia de Sistemas, compartilhou curiosidades sobre El Salvador. “Falei sobre o meu país, nossas festas tradicionais e comidas típicas, como as pupusas. Os amigos brasileiros ficaram curiosos e até quiseram provar! Também compartilhei um pouco sobre o jeito salvadorenho de falar e as expressões que usamos no dia-a-dia.” Além dessas curiosidades, Muñoz explicou que apesar de o português e o espanhol serem similares, há muitas palavras com significados completamente diferentes e isso, segundo ele, foi motivo de muitas risadas.
O Global Connect fazia parte do antigo projeto 4week, descontinuado em 2020, por conta da pandemia de Covid-19. Em 2024, a proposta foi retomada com a reestruturação da Assessoria de Relações Nacionais e Internacionais da Uniso. Para Mariana Cancian de Jesus Oliveira, 27 anos, analista administrativa e assessora de relações nacionais e internacionais da Uniso, o intercâmbio foi uma realização e uma satisfação pessoal por ver renascer um projeto antigo. “É uma grande satisfação ver a internacionalização da Uniso, um dos objetivos da Universidade, se concretizando. Saber que contribuo diretamente para esse avanço, coordenando projetos que fortalecem o nome da instituição e abrem novas oportunidades para nossos alunos, é algo que me motiva imensamente.” O intercâmbio cultural também propicia para a comunidade acadêmica brasileira o contato com diferentes culturas, com outros idiomas e com costumes e perspectivas diversas.



