Uncategorized

Fake News: O alerta está ligado

O termo “fake News”, ou notícias falsas, tem sido assunto recorrente nos últimos anos e provocado debates intensos. Embora o termo em si seja novo, a prática de notícias falsas vem de longo tempo.
Existem as fake News com caráter sensacionalista, com objetivo de conseguir mais leitores. Outras mais inocentes, satirizando acontecimentos. Mas as que mais geram preocupação são aquelas notícias plantadas com a finalidade de prejudicar pessoas ou organizações, atingindo reputação e caráter. 
Falando da esfera política, as últimas eleições norte-americanas são consideradas como um dos divisores de água na questão de fake News, pois a partir dali o tema ganhou amplo destaque pela suposta influência que as notícias falsas tiveram no resultado final das eleições. 
Podemos citar uma pesquisa divulgada recentemente sobre o comportamento do eleitorado norte-americano nas últimas eleições. A pesquisa realizada por Brendan Nyhan (Dartmouth College), Andrew Guess (Princeton University) e Jason Reifler (University of Exeter) buscou avaliar os impactos das fake news na campanha presidencial americana que levou Donald Trump ao poder. 
Um dos resultados da pesquisa apontou que os eleitores de Donald Trump, de perfil conservador, eram três vezes mais propensos a visitar sites de fake News do que aqueles que se declaravam pró-Hillary. Eleitores acima de 60 anos de idade também eram mais inclinados a visitar esse tipo de página. 
O possível poder de influência atribuído às fake News gera preocupação uma vez que já estamos em período pré-eleitoral. E se trouxermos os resultados da pesquisa sobre o eleitorado norte-americano para a realidade brasileira, podemos ficar ainda mais preocupados. 
Às vésperas do período eleitoral, o candidato que possui perfil mais conservador é Jair Bolsonaro, que seguindo os resultados da pesquisa norte-americana, tende a ser o maior beneficiado com as fake News. 
O ministro Luiz Fux, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, declarou que uma das prioridades de sua gestão é combater as fake News, para evitar que notícias falsas interfiram no resultado das eleições deste ano. Entretanto, advogados das áreas de tecnologia e do direito eleitoral dizem que a liberdade de expressão pode ser prejudicada sobre o pretexto de combater notícias falsas. 
Ora caros advogados, numa terra sem dono como é a internet, especialmente nas redes sociais, as pessoas como nunca jamais visto, têm se expressado livremente e muitas vezes sem o mínimo de responsabilidade. Mal sabem, ou se sabem, ignoram os resultados trágicos que uma notícia falsa pode causar nas vidas de outras pessoas. 
As opiniões antes dadas na mesa de um bar, foram parar na internet. Na mesa do bar eram inofensivas, na internet podem ser devastadoras. Hoje o direito à palavra é dado a todos, seja ele o frequentador do bar ou um Prêmio Nobel. 
É necessário, como houve na Malásia, uma regulamentação que coíba e puna severamente a criação ou a replicação das fake News. Como vimos anteriormente, elas podem ser extremamente danosas e decisivas como em relação a um fato tão importante quanto a decisão da escolha do comandante de uma nação. 
Devem existir uma regulamentação e uma punição bastante severas, uma vez que os danos causados na internet, não morrem na esfera do mundo virtual. Mexem com a vida de todos nós e podem refletir em nossas vidas por longo tempo.

Texto: Adriano Almeida

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *