Dia Nacional do Riso celebra a importância dos laços humanos e o poder do bom humor
Comemorado em 6 de novembro, o Dia Nacional do Riso propõe uma reflexão sobre a importância de valorizar os laços humanos e o poder transformador do bom humor
Por William Bueno Fernandes (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
A risada é uma das formas mais simples e poderosas de aliviar a dor, além de ser uma importante aliada da saúde. Nesta quinta-feira (6), celebra-se o Dia Nacional do Riso. Inspirado pelo movimento global Yoga do Riso, fundado pelo médico indiano Dr. Madan Kataria, o Brasil instituiu uma celebração nacional dedicada a reconhecer a importância desse ato. Mais do que um gesto espontâneo, o riso atua como um elo poderoso de convivência e fortalecimento dos laços sociais.
Segundo Jéssica Abud de Souza, psicóloga clínica (CRP 06/159376), a criação de laços entre as pessoas é um processo contínuo, que exige atenção e sensibilidade nas relações cotidianas, tendo o bom humor como uma ponte capaz de aproximar os indivíduos. “A construção de vínculos sociais é um processo constante, demanda dedicação e cuidado. E, nisso, podemos pensar nos afetos que são nutridos e na maneira como o humor pode mediar os conflitos e discordâncias entre os sujeitos e grupos”, explica.
Além da palhaçaria
Inspirada na filosofia de Hunter Doherty “Patch” Adams, médico norte americano, a ONG SuperPalhaços atua desde 2015 com a ajuda de mais de 45 voluntários. Sua principal característica é a terapia do riso, que utiliza a arte como parte do processo de humanização dos pacientes.
Em meio a um ambiente sensível e repleto de fragilidades, o valor do riso torna-se um elo de troca entre pacientes e artistas. A risada, mais do que um gesto espontâneo, passa a representar um momento de alívio e conexão, em que ambos encontram conforto e esperança na leveza compartilhada.
Mãe de três filhos, Ana Carolina Piazentin Sanchez, intérprete da “Dra. Corega”, destaca a importância de oferecer presença e acolhimento ao paciente, que muitas vezes enfrenta a solidão durante o tratamento. “Acontece, durante as visitas, que mal dá tempo de começar e a pessoa já está chorando. Quando perguntamos, elas respondem: ‘estou emocionado porque você está aqui’. Só o fato de a gente estar ali, saber que alguém além da família e da equipe médica também se preocupa, já é suficiente. A risada une.”
“Uma frase que sempre usamos no treinamento dos voluntários é ‘risos como meio, não como fim’. Nem sempre conseguimos arrancar um sorriso, mas é pela expressão, pelo movimento, pela respiração, por um gesto, que entendemos: ela ficou feliz”, completa a confeiteira Lara Antunes Wilczek, atriz por trás da personagem “Dra. Kurica”.
Ana Carolina também descreve o processo até o encontro nos hospitais. “Ali, no hospital, não é sobre algo grandioso. Tudo começa em casa, no trânsito, nas pequenas coisas. O nosso trabalho é para o próximo, mas também nos fortalece.” Ela reforça a importância do riso no seu processo de cura pessoal, “o palhaço nada mais é que uma criança que está guardada aqui dentro. A Corega só existe graças a Ana, e tudo o que ela já passou.”
Voluntária desde 2019, Lara comenta sobre a rotatividade dos participantes e destaca como o laço criado entre eles se torna essencial. “É frequente ver pessoas entrando na instituição porque querem semear o bem, espalhar risos. Mas a vida muda: rumos mudam, ciclos acabam, e, ainda assim, todos levam a ONG e a alegria no coração.”
Benefícios para a saúde
O termo popular “rir é o melhor remédio” se solidifica como uma verdade com o avanço da ciência. Além de efeitos positivos no sistema imunológico e cardiovascular, uma pesquisa realizada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) em julho de 2023 ressalta uma relevante diminuição no cortisol, hormônio do estresse.