TEATRO DE RUA Espetáculos movimentam cidades
A 3ª Feira de Teatro de Rua movimentou Sorocaba e Votorantim, entre 6 e 11 de maio. Foram 15 espetáculos e quatro atividades paralelas produzidas por artistas da região, reunindo mais de mil pessoas por apresentação. O encerramento foi marcado pelo show com João Bid, cantor e compositor de Sorocaba, no espaço Trupé de Teatro, no Centro de Sorocaba.
Segundo o coordenador da feira, Samir Jaime, a interação dos espetáculos com o público foi ótima, pois as apresentações atraíram muitas pessoas. “Foi um sucesso, conseguimos atrair um publico diferente do que o teatro de rua costuma reunir, como trabalhadores e estudantes. Muitas pessoas vieram exclusivamente para assistir às peças.
Em Votorantim, um grupo de crianças da Vila Nova acompanhou o último de dia de apresentações. Para as mães, que acompanharam as crianças, a oportunidade faz com que filhos se aproximem da arte e da cultura.
Espetáculo – Com instrumentos musicais, bonecos, barulho e muita diversão, os grupos teatrais abordam os problemas sociais do povo, como os acontecimentos na política, o salário baixo do professor e até mesmo o preconceito em diversos ângulos, de forma cômica.
Conforme o grupo de teatro de rua, Nativos Terra Rasgada, organizador do evento, o que os levou a dar o nome de feira ao invés de festival como é de costume no mundo todo, foi questões históricas da cidade. Como a Feira de Muares, que no século 18 tinha como principal propósito o comércio das mulas e jumentos, e sua principal característica era a troca.
”Se antes vinham tropas para nossa cidade, hoje, vêm artistas. Se antes a troca era material, hoje será cultural. Assim, nós, como cidadãos, nos vemos como agentes na formação e na informação das pessoas sobre suas origens culturais”, afirma Rodrigo Zanetti, um dos integrantes do grupo.
O objetivo da feira é reavivar no povo sorocabano as tradições que auxiliaram a formação da identidade cultural de cada um e aproximá-los da arte com facilidade de acesso. Afinal não existe publico alvo e nem faixa etária para esses espectadores, já que esse público pode ser a senhora que está indo ao banco pagar contas, o cara que esta fazendo compras no centro, a moça que acabou de sair do trabalho ou apenas a pessoa que esta passando pelo local.
Além da paixão pela arte e a relação dos assuntos sociais que abordam em seus espetáculos, os grupos teatrais de rua compartilham uma tradição: A passagem do chapéu, que acontece ao finalizar a peça. Eles passam um chapéu para que o público contribua com quanto puder, e por trás dessa argumentação existe ainda uma explicação. Para o grupo, essa é uma prática costumeira que evidência uma tradição do artista de rua, além de ajudar a fomentar os artistas que realmente necessitam da contribuição popular para sobreviver.
Amanda Camargo (AgênciaJor/Uniso)