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Capim dourado inspira arte e sustentabilidade

Biojóias, bolsas, chapéus e muitos outros objetos surgem de mãos e mentes que vislumbraram no capim dourado uma arte exclusiva e sustentável. O capim dourado só dá o ar da graça no Jalapão, em Tocantins, onde índios da região de Mumbuca, município de Mateiros, já dominavam a técnica que foi passada de geração a geração.

Com o nome científico syngonanthus nitens, o capim dourado recebeu esse nome por se tratar da haste de uma pequena flor branca da família das sempre-vivas. Muito semelhante ao fio de ouro, e por sua flexibilidade, o capim das savanas brasileiras oferece inúmeras possibilidades. Quem o conhece apaixona-se e nunca mais se separa do ouro do Japalão.

Em Sorocaba, a empresária Bruna Espigares Duarte transformou a paixão em negócio, montando uma loja no Ceagesp da cidade. “A natureza é maravilhosa”, diz Bruna, que viaja o Brasil para escolher pessoalmente as peças que trará para sua loja de produtos artesanais. “Vou às festas usando biojóias e bolsas feitas com o capim dourado. Sempre fazem o maior sucesso. São leves e lindas! Quando as pessoas ficam sabendo do que são feitas ficam admiradas!”, conta.

Bruna explica que a parte mais interessante desse segmento de mercado é que ele é sustentável, levando em conta a responsabilidade com a inclusão social e a manutenção das vidas das pessoas que sobrevivem dele. “Como é artesanal, sempre há peças exclusivas”, destaca.

Tradição indígena – De acordo com informações do site da Instituição Central do Cerrado, esse ecossistema brasileiro é considerado a mais rica savana do mundo em biodiversidade por reunir uma grande variedade de paisagens, um grande número de espécies de plantas e animais. Em meio a vales e chapadas, a vegetação varia de campo seco às matas de galeria. A região conta ainda com uma vastidão de dois milhões de quilômetros quadrados, o que representa um quarto do território nacional. O governo brasileiro vem desenvolvendo projetos que protegem aquelas terras, visto que o capim dourado é de grande importância para a economia local.

Um grupo de artesãs do povoado de Mumbuca, em Mateiros, Tocantins, criou a Associação do Capim Dourado, que funciona desde 2000, com o objetivo de melhorar o manejo do capim dourado e estimular o comércio dos produtos artesanais. Recentemente foi certificado pelo Instituto Nacional de Propriedade industrial (INPI) com o selo que garante a Indicação Geográfica. O selo de qualidade e de origem dos produtos pode transformar a área, onde vivem 22 comunidades, em Reserva de Desenvolvimento Sustentável, mantendo a identidade cultural e a conservação do Cerrado.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

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Sandra Pires (AgênciaJor/Uniso)

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