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“Maio Amarelo” promove reflexões sobre segurança no trânsito

Pela primeira vez, a Universidade de Sorocaba, em parceria com o Colégio Dom Aguirre, participa da ação social “Maio Amarelo”, que tem como objetivo a conscientização das pessoas em relação aos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras. No último dia 18, tanto na Uniso quanto no Colégio Dom Aguirre, diversas atividades, como palestras e distribuição de laços amarelos a favor da campanha, movimentaram as instituições. Os números de acidentes de trânsito no Brasil estão cada vez mais elevados. Segundo estatísticas, 48 mil vítimas morrem no local, sendo que muitas, ao sobreviverem, ficam com sequelas pelo resto da vida.


Felipe Trindade, 25, é estudante e trabalha na Uniso há um ano. Ele faz parte das estatísticas que deixam as vítimas com sérias sequelas. O rapaz foi atropelado pelo comerciante Fabio Hiroshi Hattori, em abril de 2014 – no acidente, morreram seis pessoas e sobreviveram outras seis -, na Rodovia Raposo Tavares, em Sorocaba. Foram dois meses de internação, que levaram à amputação de sua perna direita e pinos na perna esquerda. Entre as sequelas, na época, o acidente prejudicou sua visão e um pouco de sua coordenação motora.

Felipe Trindade foi vítima de acidente de trânsito em 2014 (Foto: Luís Gustavo Peres)
Atualmente, um pouco mais conformado com a situação, Felipe diz que o trabalho o ajudou a se reintegrar na sociedade. “Sei que é algo definitivo, e minha vida não pode parar. O trabalho me ajudou a superar todo o drama”. Sobre a ação de conscientização “Maio Amarelo”, Felipe acredita que é de extrema importância. Ele afirma que respeito gera respeito, e que infelizmente os motoristas não ligam para a Lei Seca. “Não há justiça para esse tipo de crime. São raros os casos em que há prisão. Pagar três salários mínimos para a vítima não é punição”, desabafa.

Para o filósofo e professor Edgar de Albuquerque, 43, muitas pessoas não controlam o consumo de álcool e, independente da idade, ignoram os riscos pelo excesso de confiança, quando acreditam que jamais causará danos a alguém sob o volante. “A impunidade volta e meia contribui. Casos notórios, como o de Thor Batista, podem passar uma mensagem perigosa para a sociedade”, alerta o professor. Segundo Albuquerque, que ministra componente em Antropologia e Sociologia, esse problema é cultural, no qual a indústria impõe que ter carro tornou-se um símbolo de status e poder, sem que as campanhas de educação no trânsito consigam atingir todas as pessoas de uma forma igual. Para ele, principalmente entre a irresponsabilidade dos jovens no volante, o problema se mantém pela efervescência juvenil, na qual predomina o sabor da velocidade e do êxtase.

O agente de trânsito Pietro Francisco Mazzulli, da URBES, esteve na Cidade Universitária Profa. Aldo Vannucchi, em 18 de maio, para uma palestra sobre educação no trânsito.  Durante o evento, ele informou que 90% dos acidentes são por falhas humanas. Em Sorocaba, há 32 mortes por ano, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Rogério Profeta teve a iniciativa de trazer o ´´Maio Amarelo´´ para a Uniso (Foto Cléo Nunes)
Para o pró-reitor Administrativo, professor Rogério Profeta, a ação “Maio Amarelo” já abrange 23 países e foi muito bem recebida pela administração da universidade. Segundo ele, as pessoas precisam ter mais sensibilidade diante do tema, bem como respeitar as leis de trânsito. “A causa foi abraçada por todos, pois já perdemos muitos alunos e funcionários por acidentes”.

Profeta ainda se sensibiliza a morte de uma estudante, ocorrida em 16 de dezembro de 2014. Para ele, foi algo marcante, pois viu de perto o ocorrido. Sobre trazer pela primeira vez esta ação para a universidade, ele diz que a Uniso tem por obrigação educar sem imposição. “O conhecimento dos níveis de acidente torna-se a base de tudo para a conscientização”.

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Texto: Andreo Giovanne (Agência JOR/Uniso)

Foto : Luís Gustavo e Cléo Nunes (Agência JOR/Uniso)

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