Animais pequenos também podem desenvolver câncer de mama
Por Beatriz Lippi (Agência Focs- Jornalismo Uniso)
O Outubro Rosa é conhecido por promover a conscientização sobre o câncer de mama em mulheres, mas o tema também precisa ser observado no mundo animal. Assim como os humanos, cadelas e gatas podem desenvolver a doença. O alerta vem do GEPA (Grupo de Estudos de Pequenos Animais) da Universidade de Sorocaba (UNISO), que aproveita a campanha para informar os tutores sobre os riscos e a importância da prevenção.
Isabelle Lopes, presidente do GEPA, destaca que é importante que os tutores fiquem atentos aos sinais de câncer de mama em seus pets. “A presença de caroços nas mamas, feridas ao redor da pele, secreção com odor desagradável e dor frequente na região das mamas são sintomas comuns que devem ser observados de perto”, afirma Isabelle. Esses sinais podem indicar a presença de um tumor, e quanto mais cedo forem identificados, maiores são as chances de tratamento eficaz.
A Clínica Veterinária Universitária da UNISO (CVU) oferece suporte especializado na detecção precoce e tratamento da doença em animais. “Nos atendimentos de rotina, a presença de caroços pode ser identificada durante o exame físico do animal. Também utilizamos exames como radiografia, ultrassonografia e exames hematológicos para acompanhar a evolução do caso”, explica Isabelle.
O tratamento, segundo ela, normalmente envolve uma cirurgia de mastectomia, onde as mamas são removidas. “Realizamos a cirurgia e enviamos o material retirado para análise histopatológica, o que nos ajuda a determinar a origem do tumor e o prognóstico do paciente. Em casos mais graves, consultas oncológicas para tratamentos complementares, como a quimioterapia, podem ser necessárias.”
Embora tanto cadelas quanto gatas possam desenvolver câncer de mama, a incidência e a agressividade da doença variam entre as duas espécies. A presidente do GEPA destaca que o câncer de mama é mais comum em cadelas, enquanto em gatas ele tende a ser mais agressivo e, na maioria das vezes, maligno. Isso reforça a importância de um acompanhamento veterinário frequente, especialmente para gatas, que podem exigir intervenções mais intensivas e urgentes.
Existem vários fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama em cadelas e gatas. De acordo com Isabelle, animais não castrados, principalmente aqueles que receberam injeções anticoncepcionais, estão mais propensos à doença. “A castração após o primeiro cio reduz drasticamente as chances de desenvolver câncer de mama, já que a doença é hormônio-dependente”, explica.
Além da castração, outra medida preventiva importante é a palpação da região mamária pelo próprio tutor, especialmente em animais idosos. Portanto, os tutores podem realizar essa palpação em casa, buscando por possíveis nódulos, e devem procurar um veterinário caso encontrem alguma alteração.
A aluna de medicina veterinária reforça também a importância de manter um acompanhamento veterinário constante. “Consultas regulares ajudam na detecção precoce de qualquer alteração. Em animais idosos, a recomendação é que o check-up seja realizado com mais frequência, incluindo exames cardíacos e radiografias da região torácica.”
Para tutores que desejam ser proativos em relação à saúde de seus pets, Isabelle Lopes recomenda a realização de check-ups anuais. “Esses exames incluem hemograma, função renal e hepática, urinálise e ultrassonografia abdominal. Em animais mais idosos, também é importante verificar a saúde cardíaca através de ecodopplercardiograma e realizar radiografias da região torácica”, orienta.
Durante o mês de outubro, o GEPA se empenha em informar os tutores sobre as melhores formas de prevenir a doença em cadelas e gatas. Os exames preventivos são uma maneira eficaz de monitorar a saúde do pet e identificar sinais precoces de doenças, garantindo que qualquer alteração seja tratada o mais rapidamente possível.