A maior ferramenta para se comunicar?
Veja como a internet afetou os comunicadores e o impacto que teve na comunicação da sociedade brasileira.
Por Gabriel Guebert (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
Os cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da Universidade de Sorocaba (Uniso) completaram 30 anos de existência em 2025. Essas graduações contribuíram para a profissionalização da comunicação na cidade de Sorocaba (SP) e região. No mesmo período, surgiu outro fator que mudaria a história da comunicação local e nacional: a internet.
Hoje em dia, a internet é um fator comum na vida da maioria dos brasileiros. Segundo a pesquisa TIC Domicílios, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 85% dos brasileiros acessaram a internet em 2024. Esse número cresceu exponencialmente nos últimos 20 anos, já que, em 2005, apenas 13% da população utilizava o recurso.
Oficialmente, a internet chegou ao Brasil em 1988, por meio da conexão entre um computador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a rede da Universidade de Maryland (UMD), nos Estados Unidos. Porém, apenas se tornou pública e comercial em 1994. No início dessa nova era da comunicação e da vida dos brasileiros, surgiu, em 1996, o Portal UOL, criado como o braço digital do Grupo Folha.
Marco Aurélio Klein, comunicador de 73 anos, foi convidado em 1996 pela revista Folha para escrever suas colunas esportivas no novo meio digital, o UOL, com o qual já era bastante habituado: “Eu trabalhava na comunicação do Citibank, que, no final de 1984, já tinha uma forma de e-mail próprio da empresa, e a pessoa do Brasil que tinha esse acesso era eu. Então, já havia uma certa familiaridade com esse uso da internet, que ajudou no começo da transição da comunicação em 1996 com o UOL.”
Klein também falou sobre uma possível diferença no modo de escrever dependendo da plataforma, já que migrou da revista impressa para a internet. “Tem restrições diferentes, mas não fez diferença sobre como produzir os textos.”
Marco Aurélio completou dizendo que, hoje em dia, percebe uma enorme diferença nas formas de escrita dependendo da plataforma. No entanto, na época, as pessoas não diferenciavam o meio digital, pois não tinham a dimensão do tamanho que teria a plataforma.

A evolução tecnológica da TV
O professor da Uniso e funcionário da TV TEM, Clayton Esteves, de 42 anos, fala sobre a evolução da área de ilustração, principalmente a ilustração publicitária, área em atua. O professor de comunicação destacou que, ao pesquisar sobre qual carreira alguém que trabalha com ilustração poderia “se dar bem”, decidiu cursar publicidade. Ele começou a trabalhar com ilustração de forma profissional nos anos 2000, por isso Clayton vivenciou todas as mudanças que a tecnologia e a internet promoveram.

Além das mudanças tecnológicas, vivenciadas pelo professor, uma transição pessoal também fez parte da história de Clayton. “Como eu tinha muito interesse na técnica, além da universidade, comecei a estudar muito o digital, produção gráfica. Assim eu fui me desenvolvendo nas atividades práticas e técnicas.” No início, havia uma relação muito forte entre o analógico e o digital, “eu fazia a ilustração na mão, [depois] e aí levava para o Corel Draw para vetorizar. Então, vetorizava em cima do desenho que eu fiz à mão.”
Um dado negativo dos avanços
Seguindo uma ordem cronológica, no começo do século XXI surgiram as primeiras redes sociais, que fizeram sucesso no Brasil: o Orkut, em janeiro de 2004, e o Facebook, em fevereiro do mesmo ano. Essas redes sociais mudaram de forma exponencial a comunicação em geral, trazendo a possibilidade de qualquer pessoa expressar sua opinião da maneira que desejar, abrindo espaço para aqueles que hoje são os chamados ‘influenciadores’. Mais tarde, o termo ‘influenciador’ se tornaria o nome de uma profissão.
Um efeito negativo e que vem gerando muita preocupação tem relação com certa parte do conteúdo das redes sociais, as fake news.

Recentemente, o mundo inteiro passou por um período extraordinário na história: a pandemia. No momento em que a pandemia de Covid 19 prevalecia, a necessidade de informações corretas era excessiva. No entanto, muitos indivíduos se utilizavam das redes sociais para acompanhar notícias, correndo risco de receber fake news, algo que aconteceu com frequência durante esse período. Um bom exemplo disso foi o boato que circulou afirmando que quem fosse vacinado contra a Covid 19 viraria ‘jacaré’, ou que os vacinados seriam rastreados pelos chineses.