Estudantes da Uniso produzem documentário sobre capoeira e inclusão social em Ibiúna
A produção jornalística revela o trabalho do Grupo Cativeiro, que há mais de 40 anos transforma vidas por meio da cultura afro-brasileira, esporte e cidadania
Por Gabriela Margato e Rayane Azevedo (Agência Focas – Jornalismo Uniso)

Muito além das rodas e do ritmo do berimbau, a capoeira se tornou tema de um documentário produzido por três estudantes do curso de Jornalismo da Universidade de Sorocaba. Gabriéla Bandeiras, Amanda Lima e Luiza Lopes, alunas do terceiro semestre, escolheram mergulhar na realidade do Grupo Cativeiro de capoeira, sediado em Ibiúna (SP), para mostrar como o esporte é também uma ferramenta de transformação social.
A produção faz parte de uma disciplina prática do curso e tinha como objetivo explorar aspectos sociais e culturais de cidades da região. A escolha do grupo recaiu sobre Ibiúna por reunir desafios sociais evidentes, mas também histórias de superação e protagonismo comunitário.
O grupo retratado, liderado pelo Mestre Joel Canela, atua em Ibiúna oferecendo aulas gratuitas ao ar livre, especialmente com crianças e jovens, oferecendo não apenas movimento físico, mas também pertencimento, disciplina e conexão com as raízes afro-brasileiras. A proposta vai além do corpo: resgata histórias, constrói vínculos e afasta os participantes de contextos de vulnerabilidade social.
Segundo as responsáveis pelo documentário, a escolha pela capoeira foi intencional, em que a ideia era olhar para modalidades muitas vezes esquecidas, mas que têm impacto direto na vida das pessoas. “Ela ajuda a manter jovens longe das drogas, da bebida, da criminalidade. O esporte pode ser uma válvula de escape, uma oportunidade de seguir outro caminho”, destacam.
A presença de Gabriéla, uma das produtoras do documentário e moradora da cidade, foi fundamental para aproximar a equipe da realidade local: “ela já conhecia muita coisa, o que facilitou nossa pesquisa e fez tudo ter mais sentido”, explicou Amanda, integrante do grupo.
Ao longo do processo, as estudantes evidenciam que o Grupo Cativeiro representa muito mais do que treinos e apresentações. É um ponto de apoio para famílias inteiras, um espaço em que valores são cultivados, a cultura é celebrada e histórias de superação nascem todos os dias.
A valorização da capoeira e de outras práticas esportivas com foco social pode ser, segundo o grupo, um caminho para o fortalecimento da identidade cultural e da saúde social da cidade. “A importância do Grupo Cativeiro é mostrar que a capoeira é uma arte marcial e um esporte que precisa ser mais valorizado. Ela quebra paradigmas, carrega uma importância cultural imensa e, para Ibiúna, isso é essencial”, reflete Amanda.
Com mais de 40 anos de história, o Grupo Cativeiro está presente em diversas cidades do Brasil e em mais de 10 países, incluindo Estados Unidos, México, França, Bélgica, Alemanha, Inglaterra e Jamaica. A expansão internacional reforça a relevância de um trabalho que nasceu nas periferias e hoje impacta comunidades ao redor do mundo.
Para assistir ao documentário, basta acessar o link: