IA em Pauta: Parceria promove evento para jornalistas e estudantes com debates e práticas de Inteligências Artificiais na comunicação
Pedro Casagrande (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
Sorocaba sediou, na sexta-feira (7/11), o evento gratuito “Inteligência Artificial em Pauta” que reuniu mais de 130 profissionais e estudantes de comunicação para debates e oficinas práticas sobre o uso das ferramentas de IA nas suas respectivas áreas.
A organização foi assinada pelo curso de Jornalismo da Universidade de Sorocaba (Uniso), Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal) e Região e a Fundação Friedrich Ebert (FES). O encontro, realizado na sede do SMetal, foi composto por painéis críticos no período da manhã, discutindo os impactos e as aplicações das IAs no Jornalismo e na Comunicação. Já a parte da tarde foi reservada às oficinas práticas ministradas por professores e pesquisadores que prepararam orientações e exercícios para alunos e profissionais da comunicação inscritos no evento.
As atividades se iniciaram no auditório do quarto andar do prédio principal do sindicato, após um café para os participantes. A abertura foi feita por Leandro Soares, presidente do SMetal, pela professora Evenize Batista, coordenadora do curso de Jornalismo na Uniso e por Willian Habermann, diretor de projetos da Fundação Friedrich Ebert.
Dando início aos painéis, Ana Flávia Marx, doutora em Comunicação pela USP, abordou uma reflexão de como as IAs existem com base no que já foi feito por mão de obra humana e como os comunicadores a moldam de acordo com os novos sistemas de trabalho. Ana, ao ser questionada sobre o futuro da profissão e se pode haver uma inversão em que o jornalista se torne ferramenta da IA, ressaltou que a IA molda o comportamento do jornalista de certa forma, mas ela tem que ter papel apenas de otimizar o trabalho.
Luiz Fernando Toledo, jornalista especializado em transparência pública e dados, repórter da BBC em Londres e o pesquisador e professor da UFABC, Sérgio Amadeu, discutiram como operam as IAs e como o comunicador pode inseri-las em seus trabalhos, trazendo ferramentas como L-AI Notebook, Google Pinpoint e Deep Research. Após suas falas, ambos tiveram um momento para conversar com o público e responder dúvidas sobre o assunto.
Fernando Lima, representante do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) finalizou as palestras com usos das IAs no dia a dia, discutindo suas implicações e riscos, como por exemplo plágio, falta de controle, manipulação e exposição a fake News. Lima refletiu também sobre as mudanças no mercado de trabalho, no papel dos trabalhadores nessa discussão e como certas profissões terão que se adaptar ao uso das OpenAIs.
Segundo Fernando em entrevista, a IA para o comunicador tem que ser um mecanismo, onde o jornalista tem que ser a figura determinante por trás dela. Pelo lado do público, Fernando vê necessário uma adequação, para que as pessoas não sejam massa de manobra, e que os órgãos governamentais devem propor esse debate e trazer uma regulamentação, como um selo para material feito com IA.
Após o almoço foram realizadas seis oficinas em outro prédio da sede do sindicato. As oficinas de “dados e IA”, “redes sociais e IA” e “fotos e vídeos com IA” foram realizadas às 14h. O evento foi finalizado com as oficinas de “SEO e IA”, “criação e gestão de perfis de influenciadores digitais” e “texto e IA”, iniciadas às 15h30. Cada oficina teve duração de uma hora e meia, com exposição sobre os temas tratados e atividades práticas interativas para instigar o conhecimento e a prática das Inteligências Artificiais em diferentes áreas de atuação.
Evenize Batista e Willian Habermann destacaram a importância de organizar o evento e como isso contribui para o jornalismo e para discussão que envolve as Inteligências Artificiais. Evenize, inclusive, salientou que novos comunicadores que estão entrando no mercado de trabalho têm que aproveitar e testar ao máximo todas as ferramentas disponíveis que o avanço tecnológico vem trazendo.
Ao final, em entrevista, a organizadora geral do evento, Erica Aragão avaliou que suas expectativas foram superadas e que “esse foi o primeiro de muitos eventos”. Concluiu também que o jornalismo não será abalado pelas IA e ele apenas vai se adaptar e evoluir junto dos avanços tecnológicos.














