Jornalista Clayton Conservani fala sobre carreira, planos e as aventuras pelo mundo aos alunos de comunicação da Uniso

Clara Abrami e Victor Mozaico (Agência Focs – Jornalismo Uniso)

Alunos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas da Universidade de Sorocaba foram dominados pelo espírito aventureiro de Clayton Conservani, ex-apresentador dos programas “Planeta Extremo” e “Esporte Espetacular” na última quinta-feira (05). Com 27 anos de trabalho na Rede Globo, Conservani compartilhou sua experiência no jornalismo de aventura pelo mundo e falou de projetos em andamento, já que se desligou da emissora recentemente.

 Logo no início, Clayton comentou um pouco sobre os impactos da tecnologia no jornalismo de esportes radicais e as mudanças desde que começou. Comentou que os equipamentos, hoje obsoletos, o fizeram perder momentos incríveis em suas jornadas. Porém, também reforçou que “a melhor tecnologia que existe, ainda é a que está dentro de nossos corações”. Seguindo esse princípio, Conservani provou a possibilidade de feitos que pareciam inviáveis com suas impressionantes matérias em escaladas, maratonas e pautas diversas por todos os continentes.

Para os futuros profissionais, muito foi dito sobre a importância de não desistir, de estar preparado para o inesperado dentro da carreira, como ocorreu com ele em uma de suas coberturas que considera a mais difícil: O terremoto do Nepal em abril de 2015. A equipe do Planeta Extremo estava se deslocando para uma gravação sobre colheita de mel nas alturas do Himalaia quando foi surpreendida pelo tremor. Passado o susto inicial, todos da equipe compreenderam que era o momento de deixar os planos iniciais e fazer a cobertura da tragédia.

Como já estavam na região, retornaram a Katmandu e foram os primeiros a enviar imagens e informações mais apuradas sobre os danos do terremoto. “Foram dez dias sem dormir, com uma cobertura intensa entrando ao vivo em todos os telejornais da emissora e passando por todas as dificuldades que estavam sendo apresentadas, tudo em nome do jornalismo”, relembra o jornalista sobre o desafio de cobrir uma tragédia que deixou milhares de mortos e desolou o mundo.

Já a experiência mais marcante positivamente foi a “Maratona da Antártica”. O episódio que, além de ser a primeira edição do Planeta Extremo, alcançou a posição de finalista do Emmy em 2012 e mostra Conservani conquistando o sétimo lugar na prova realizada “onde nem os insetos sobrevivem”, junto ao motivo pelo qual o jornalista é tão determinado: Quando estava prestes a desistir, encontrou forças para continuar, expressando-a numa dedicatória à sua filha, exibida em sala para a emoção de todos os alunos e professores por ser feita com a câmera que carregava no bolso e a emoção em seu peito: “Em muitos momentos da prova eu fiquei completamente sozinho. E aí eu pensei muito na minha filha, na Gabi, então tem que fazer valer a pena todo esse tempo que eu passo longe dela. Essa prova é pra você Gabi, eu fico forte por causa de você.”

Ao encerrar a palestra, Clayton Conservani deu a oportunidade aos alunos de fazerem perguntas sobre sua carreira. O desligamento do grupo Globo, no dia 31 de agosto deste ano (2023), motivou curiosidade e o jornalista pontuou que era algo que já vinha sendo pensado e ocorreu em comum acordo. Comentou que não é mais funcionário, mas permanecerá com projetos que ainda serão transmitidos pela emissora, tendo liberdade para outras atuações profissionais e parcerias comerciais.

A turma teve a oportunidade de ver em primeira mão pequenos clipes com imagens incríveis de sua aventura na Suíça, que gravou mês passado e ainda não foi ao ar. A conclusão foi marcada por aplausos entusiasmados refletindo as palavras marcantes que destacam a importância de desafiar seus limites, manter a paixão viva e encontrar inspirações.