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Grupo de Extensão Universitária realiza sessão de estudo sobre Colonização e Descolonização

Na última sexta-feira (4), um grupo de estudantes se reuniu na Biblioteca Aluísio de Almeida para discutir o texto “Analítica da Colonialidade e da Decolonialidade”, de Nelson Maldonato-Torres

Por Gabriela Vasconcelos (Agência Focas – Jornalismo Uniso)

Foto: Felippe Oliveira

O encontro de estudantes foi realizado na sala do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira (Nucab), localizado no segundo andar da biblioteca da Universidade de Sorocaba (Uniso). O grupo de estudos, nomeado GRUPODeExU (Grupo de Estudos Decolonialidade e Extensão Universitária), foi formado pelo professor Leandro Fonseca, do curso de Psicologia da Uniso. Dentre os convidados, estavam a professora Kaira Moraes Porto, do curso de História e Psicologia, e o jornalista e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura (PPGCC), Rafael Filho.

Foto: Felippe Oliveira

O professor Leandro iniciou o debate destacando a importância dos espaços de transmissão de conhecimento, como o ambiente acadêmico, no qual a turma estava inserida naquele momento. Vamos pensar nos espaços de transmissão de conhecimento, como no ambiente em que a gente está agora [sala do Nucab]. Vamos pensar e construir alguns indicadores para o “fazer” além do conhecimento. Ele sugeriu que, para além do mero ensinar, seria necessário criar e construir indicadores para o fazer, ou seja, para ações práticas que visem a transformação das estruturas de poder e a desconstrução da colonialidade.

Dentre as discussões do grupo, o conceito de colonialidade foi o ponto de partida para uma análise crítica sobre como as estruturas de poder ainda perpetuam desigualdades e subordinação. Os estudantes destacaram que, embora o colonialismo formal tenha acabado, suas consequências e lógicas permanecem presentes nas formas de organização social, nas instituições e até mesmo nas relações cotidianas. A colonialidade, segundo os debatedores, não é apenas uma herança histórica, mas uma continuidade que se manifesta em diversos aspectos da vida moderna, como o racismo estrutural, as disparidades econômicas e a marginalização de saberes não ocidentais.

Foto: Felippe Oliveira

A transição para a decolonialidade foi outro momento de destaque nas discussões. Ao invés de uma ruptura abrupta com as estruturas coloniais, a decolonialidade foi entendida como um processo contínuo de ressignificação e resistência.

A reunião terminou com a sensação de que as discussões sobre decolonialidade e colonialidade são mais necessárias do que nunca. A discussão entre os estudantes foi um exemplo de como a academia pode ser um espaço vital para o debate das estruturas de poder e saber que ainda perpetuam as injustiças do passado colonial.

O texto, que apresenta 5 teses da colonialidade e 5 da decolonialidade, mostra uma análise crítica e profunda sobre a continuidade dos legados coloniais nas sociedades modernas, indo além da colonização territorial para apontar como as estruturas de poder ainda moldam as relações sociais, culturais, econômicas e até mesmo intelectuais. Para o autor, a colonialidade, conceito central em sua reflexão, refere-se à persistência de uma lógica colonial mesmo após o fim formal dos impérios coloniais.

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