Professora expõe Ensino Técnico como transformador social
Professora conta sua experiência com escolas técnicas e como elas podem trazer oportunidades para estudantes do interior e da periferia
Por Ana Torres (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
A Uniso recebeu na última quarta-feira (14) em seu miniauditório a professora, geógrafa e pedagoga Katiana de Fátima Garcia Ornelas para falar sobre as oportunidades do ensino técnico em sua palestra “Educação Técnica como Transformação Social: Caminhos e Desafios no Interior Paulista”.
Com base nos seus 24 anos de experiência profissional na área da educação, Katiana aponta o ensino da Etec (Escola Técnica Estadual) como um fator de mudança social para jovens do interior e da periferia. Ao trazer uma qualificação profissional logo na saída do ensino médio, a Etec oferece a formação técnica que se torna, para muitos, um caminho para investir no ensino superior ou em outras qualificações.
Além disso, a pedagoga expôs outras possibilidades de carreira dos estudantes do técnico “não é apenas para colocar o aluno no mercado de trabalho, para um terceiro ou para uma instituição privada, ele pode também ter o seu próprio trabalho, fazer ali a sua própria empresa”.
Para além da transformação regional, Katiana fala sobre os projetos de inclusão para pessoas PCDs (pessoas com deficiência) ou atípicas. “Para o caso de PCDs é necessário estudar o ambiente […] as escolas precisam ser adequadas, tem que fazer uma estrutura para se adequar àquele público” e durante as aulas são contratados agentes educacionais para cada aluno, levando em consideração suas necessidades, para ter a mediação entre ele e o professor.
Alguns exemplos práticos apresentados foram aulas táteis com plantas para pessoas de baixa visão, adaptação de linguagem e equipamentos como fones abafadores de ruído para estudantes atípicos.
Durante a palestra, a professora pontuou como a demanda dos cursos ofertados está ligada principalmente à realidade regional, “quando a gente vai abrir um curso em uma Etec, precisamos fazer um levantamento estatístico da região para saber qual é o perfil dos alunos”. Além disso, podem ocorrer parcerias com prefeituras. Nesses casos, tanto o prefeito pode indicar cursos, como a comunidade pode participar dessa decisão que resulta na organização de propostas que fazem mais sentido para o mercado local, como por exemplo “em Bom Sucesso de Itararé, o forte é a plantação de pinos e eucaliptos, então levamos para eles as opções de cursos de meio ambiente, agronegócio e florestas”.
Katiana relatou também a necessidade do investimento em tecnologia, equipamentos ou insumos para a realização de trabalhos práticos de qualidade com os estudantes “nem sempre o governo vai conseguir dar tudo aquilo que um curso precisa, por isso a gente necessita ter as parcerias com prefeituras, instituições privadas, cooperativas ou associações que possam ajudar”, essas parcerias se assemelham a projetos de extensão dos estudantes com as instituições, possibilitando atividades práticas e acesso a equipamentos necessários em seu aprendizado.






