Identificação cresce, mas atenção ao autismo ainda é insuficiente
O número de documentos de identificação aumentou 122,8% de 2023 para 2024
Por Fernanda Helena de Campos (Agência Focas – Jornalismo Uniso, em parceria com Agência Vizinhança das Foxcas)

Sorocaba já contabiliza 2.806 carteirinhas de identificação para pessoas do espectro autista (CIPTEA). Somente neste ano de 2025, foram emitidas 782 novas unidades. Apesar do aumento no acesso à documentação, a cidade ainda carece de congressos e eventos voltados não apenas a profissionais da saúde, mas também a familiares e profissionais de outras áreas.
Eventos abertos para a população e profissionais acadêmicos
O único congresso exclusivamente dedicado ao autismo em Sorocaba é realizado anualmente no mês de abril pela Uniso, organizado pelo centro acadêmico EducaFono, com o auxílio da professora Amanda Tragueta Vasques e da fonoaudióloga Alessandra Nunes.
Em sua segunda edição, realizada este ano, os temas abordados foram: atuação integral e interdisciplinar, comunicação e as dores silenciosas vivenciadas por pessoas do espectro. Em entrevista às Agências, a presidente do centro acadêmico, Gleyce Silva, destacou a importância de eventos como esse e sua relação pessoal com o tema:
“Sem o alinhamento desses três grupos, a criança não consegue atingir seu pleno desenvolvimento. Eu tenho isso como experiência própria. O meu sobrinho melhorou muito depois que conseguimos alinhar essas três instituições: a família, a escola e a clínica. Sem esses três, nada é possível.”
O evento ocorre todo mês de abril e é aberto ao público. Para mais informações, acesse @cafonouniso na plataforma Instagram.
Os riscos da falta de conscientização
Um melhor entendimento leva à humanização. Para Mirella Fiuza Losapio, médica psiquiatra, em entrevista ao Jornal da USP, “a partir do momento em que dispomos de poucos dados, corremos o risco de subestimar o tamanho da população autista. Assim, também corremos o risco de disponibilizar poucas horas de médicos especialistas e de terapeutas capacitados.” A especialista também aponta, na entrevista ao Jornal da USP, que a falta de dados quantitativos, como os do IBGE, dificulta a criação de políticas públicas que facilitem o diagnóstico e uniformizem o tratamento no país.

