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Delegada Renata Zanin completa um ano à frente da DDM-Sorocaba e comenta caso da menina de 6 anos mantida em cárcere pelos pais

Por Ana Luiza Ferrari, Beatriz Lippi e Giovana Lima

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba completou recentemente um ano sob o comando da delegada titular Dra. Renata Zanin, que participou de uma coletiva de imprensa com os alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Sorocaba (Uniso). O encontro, promovido pela professora Evenize Batista na disciplina Técnica de Reportagem e Entrevista, teve como foco os desafios e aprendizados da delegada à frente da unidade especializada em casos de violência contra a mulher.

Natural de São Paulo, Renata Zanin assumiu a DDM de Sorocaba há um ano e completou o marco na função anteontem (22/10/25). Ela descreveu o período como de “grandes desafios e muito aprendizado”, especialmente por precisar se adaptar à nova cidade e à realidade local. “Foi um ano para buscar entender a sociedade sorocabana. É um desafio duplo: assumir uma delegacia desse porte e, ao mesmo tempo, compreender os anseios da comunidade. A DDM não funciona sozinha, ela precisa da rede de apoio, da participação da sociedade e da comunidade ativa”, destacou.

A delegada também refletiu sobre o papel da imprensa na cobertura de casos sensíveis. Para ela, os futuros jornalistas têm papel essencial na divulgação responsável de informações sobre violência doméstica e de gênero. “Vocês são o futuro da imprensa. A mídia pode ser uma grande parceira da sociedade, desde que saiba equilibrar a exposição dos casos com a responsabilidade. A informação é essencial, mas precisa ser tratada com cuidado”, afirmou.

Ao ser questionada sobre os episódios mais marcantes do seu primeiro ano em Sorocaba, Dra. Renata não hesitou em citar o caso da menina de seis anos mantida em cárcere privado pelos pais. “Esse foi um dos casos mais chocantes da minha carreira. Ele mostra a vulnerabilidade da criança e também dos próprios pais, que estavam inseridos numa violência omissiva. A omissão deles trouxe impactos profundos para a vida dessa menina, que ainda estamos tentando compreender”, declarou.

Apesar dos desafios, a delegada se mostrou otimista quanto ao futuro. “Espero que, a longo prazo, nem precisemos mais falar sobre violência contra a mulher. Que esse tema já esteja superado pela sociedade. Mas, até lá, é fundamental trazer a comunidade para dentro da DDM, seja denunciando, oferecendo ajuda ou simplesmente não julgando as vítimas”, concluiu.

A professora Evenize, que é atual  coordenadora do curso de Jornalismo da Uniso, ressaltou a importância pedagógica da coletiva. “Essa atividade faz parte da disciplina de Técnica de Reportagem e Entrevista, que prioriza a prática jornalística. Já é uma atividade clássica no nosso curso promover uma entrevista coletiva e, nesse ano, eu convidei a doutora Renata Zanin, que é delegada da Mulher, completando um ano à frente da DDM aqui de Sorocaba.”

Para Evenize, o encontro foi mais do que uma prática acadêmica: foi uma oportunidade de reflexão e amadurecimento profissional. “Não foi só a experiência de se posicionar como repórteres, foi também trabalhar com o foco da pauta. A gente tinha uma preocupação em abordar com ela os assuntos atuais, os desafios desse primeiro ano e dos casos que ela tem atendido. Então, eu estou entendendo que o balanço que a gente tem hoje é extremamente positivo, porque não foi só uma experiência do protocolo da nossa disciplina, mas também como vivência prática lidando com o melhor da notícia que a gente tem hoje aqui nesse segmento da Delegacia da Mulher.”

A coordenadora ainda adiantou que pretende promover novas experiências semelhantes: “saio daqui muito otimista e inclinada a ampliar esse tipo de atividade, porque foi muito proveitosa”.

Veja a entrevista completa da delegada no canal do YouTube da Focas:

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