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Dia Mundial da Conscientização pelo Gato Preto destaca a importância da proteção aos felinos

A data, comemorada nesta segunda-feira (27), busca sensibilizar a população sobre o preconceito contra gatos pretos e de outras pelagens

Por Yasmin Machado (Agência Focas – Jornalismo Uniso)

O Dia Mundial da Conscientização pelo Gato Preto é comemorado no dia 27 de outubro, próximo ao Halloween. A data surgiu para desmistificar e combater os preconceitos e a violência que ainda cercam esses animais, que são intensificados principalmente neste período do ano.

Segundo o professor e historiador Daniel Antonietto, ao longo da história, os gatos tiveram participação religiosa em diferentes períodos. No Egito Antigo, os felinos tinham grande valor simbólico e místico. Porém, durante a caça às bruxas na Inquisição, esses animais foram associados ao mau agouro. A Igreja via ameaça em crenças consideradas diferentes, e os gatos, como seres independentes, causavam desconfiança, resultando na associação dos bichanos à bruxaria.

Para Antonietto, esse estigma reflete a maneira como os seres humanos interpretam sorte e azar, e lidam com o medo do desconhecido: “Essas causalidades, elas acabam impactando de uma maneira prejudicial. Eu terceirizo as minhas responsabilidades por uma causalidade que, muitas vezes, não tem causa. É uma coisa da minha cabeça. Só eu procurando uma a resposta fácil pra uma coisa que eu não sei argumentar.”

 De acordo com o presidente da Associação Protetora dos Animais de Sorocaba (SPASO), Vanderlei Martinez, a ONG fica alerta durante datas associadas a superstições, como sexta-feira 13. Ele afirma que a procura por gatos pretos, brancos e laranjas aumenta durante este período, e para proteger esses animais a fundação não realiza a adoção.

Além disso, Martinez defende que os gatos são animais encantadores e não devem ser associados a qualquer fator religioso que afete suas vidas. “Crendices e mitos devem ser respeitados, se esse for o sagrado individual ou coletivo. Porém não atingir as questões da lógica, ao ponto de exterminar ou ser cruel com esses seres tão maravilhosos que são os gatos, sejam eles brancos, rajados, pintados, amarelos, cinzas ou particularmente gatos pretos.”

Em Itapetininga, a presidente da União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), Fernanda Nery, nota uma preferência na procura da adoção em felinos de pelagem clara, e afirma que os pretos costumam ser os últimos a serem adotados. Gatos adultos também enfrentam dificuldades ou não são adotados.

Fernanda afirma que esse preconceito é resultado da falta de informação das pessoas em relação a esses animais, e que muitos ainda acreditam que os gatos não amam seus donos, quando na verdade eles possuem uma forma de amar: “Muitas pessoas falam assim, ah, eu tenho medo da unha do gato, gente, vocês não imaginam qual que é o sentimento de você acordar à noite e o gatinho tá ali afofando a sua perna. Independente de onde você está, onde você vai adotar, adote os pretinhos, que são os mais rejeitados, vocês não vão se arrepender. Se um gato preto cruzar na sua frente, adote, porque você vai ter sorte pro resto da sua vida. É amor, assim, incondicional, que nenhum ser humano consegue imaginar se ele não adotar.”

Gato preto na Clínica Veterinária Universitária, no campus Cidade Universitária Prof. Aldo Vannucchi (UNISO) | Foto: Yasmin Machado

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