Violência doméstica gera efeitos no desenvolvimento emocional e psicológico das crianças
Renata Zanin, delegada da mulher, explica que a “violência doméstica atinge todos os envolvidos, menos o agressor”
Por: Paola Ferreira e Sabrina Alves (Agência Focas – Jornalismo Uniso)

A violência contra a mulher engloba muitos assuntos, principalmente aqueles ligados à saúde pública. Na sexta-feira passada, 24 de outubro, o curso de Jornalismo da Universidade de Sorocaba (Uniso) recebeu a delegada Renata Zanin, responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba, para uma entrevista coletiva. Renata falou sobre a sua experiência profissional e sobre sua trajetória na missão de defesa das mulheres. No decorrer da coletiva, a delegada relatou também sobre outros alvos que são afetados indiretamente pela violência contra a mulher, as crianças.
Na percepção infantil, essas situações ganham uma grande proporção porque atingem gravemente o desenvolvimento das crianças. A violência doméstica tem potencial de se transformar em trauma e, por isso, acompanhar as crianças por toda a vida.
De acordo com a delegada, as notificações que relatam violência envolvendo crianças vêm principalmente das escolas, hospitais e vizinhos. Nos primeiros quatro meses de 2025, houve um aumento de 40% dos casos de violência e, em outubro, 29% dos casos de estupro contra menores em Sorocaba e região. Os índices são altos e denunciar é essencial para a proteção das vítimas e a conscientização da sociedade.
Segundo Renata, quando o núcleo familiar da vítima é atingido, a melhor forma de reverter a situação é encorajando as mulheres a denunciar, apesar do receio gerado pela dependência financeira e emocional que elas têm do agressor. “A violência nunca é só contra uma pessoa, é contra todo o setor familiar”, afirma a delegada.
Como denunciar?
A delegada falou sobre o processo de registro de um boletim de ocorrência e deu algumas sugestões sobre como encorajar essas vítimas a denunciar o agressor. Mulheres vítimas de quaisquer tipos de violência podem e devem solicitar a medida protetiva na DDM. A delegada afirma que é um instrumento que funciona e é necessário. Além disso, as vítimas são encaminhadas a uma rede de apoio psicológico pela própria delegacia.
