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De Tatuí para as redes, jornalista transforma paixão por comunicação em sucesso digital

Formado em jornalismo, Alexandre Machado viu nas redes sociais uma oportunidade de continuar comunicando sem sair do interior

Por: Letícia Américo Camargo (Agência Focas – Jornalismo Uniso)

O perfil que conta com mais de 35 mil seguidores alcança cerca de 180 mil visualizações por mês, e acumula um total de 25 milhões de views, desde que começou | Foto: Reprodução Instagram

O jornalismo precisou se adaptar ao longo dos anos, para sobreviver não somente ao crescimento da internet, mas às novas formas de vivenciar a profissão. Com uma formação em comunicação, é possível trabalhar em diversas áreas e poder explorar a interação com o público de inúmeras formas. Neste cenário, nasce o perfil “O que Fazer em Tatuí”, que trata a comunicação como uma ponte para criar um laço de carinho e, principalmente, confiança com seu público.

Durante a Pandemia da Covid-19, grande parte da população precisou se reinventar, procurando modos para deixar seu trabalho mais atraente, ou até mesmo, mudar completamente seus planos. Em um desses momentos, surge um perfil no Instagram, voltado para resenhas de restaurantes, na cidade de Tatuí, interior de São Paulo. Com pouco mais de 100 mil habitantes, a cidade nunca havia experimentado um perfil de informações diferenciadas, ainda mais promovendo resenhas de restaurantes.

Alexandre Machado, 32 anos, é formado em jornalismo e, atualmente, trabalha com comunicação e marketing, além de ser digital influencer, se dedicando à administração da página na internet. Ele conta que, logo de cara, seu perfil foi bem aceito pelos moradores, que não tinham acesso a um conteúdo desse nicho, ou sequer conheciam lugares diferentes dentro do município. “Quando pesquisávamos na internet, um lugar para ir, só encontrávamos sites muito antigos, que recomendavam cinco pizzarias por exemplo, e três nem existiam mais, por isso criei esse perfil, pensei em tentar algo diferente e foi um sucesso”, diz.

A discussão sobre a necessidade de se reinventar surge a partir da percepção de Alexandre sobre o declínio da mídia tradicional e a busca por uma renda maior. O jornalista percebeu que a o tradicionalismo estava perdendo espaço com a popularização das redes sociais, levando veículos grandes e pequenos a se reduzirem, e percebeu que não conseguiria seguir esse caminho morando no interior. Ele reforça que não há uma necessidade de reinvenção, mas sim, de readaptação, criando uma carreira com base nas realidades das mídias digitais.

“Eu enxerguei nas mídias sociais uma oportunidade de continuar na minha cidade e fazer algum trabalho relevante. Utilizo muito da minha formação no meu trabalho, principalmente das aulas de telejornalismo, onde aprendi a escrever um roteiro, gravar e editar, até mesmo aulas como empreendedorismo, que pensava não ser útil, hoje em dia me ajuda bastante”, comenta.

Apesar de conflitos relacionados a questões financeiras e o engajamento no início de seu perfil, o também digital influencer indica alguns conselhos que, segundo ele, ajudam a mitigar esses desafios. Como buscar um nicho diferente, em que não haja tanta concorrência de conteúdo, buscar inovar e se atualizar constantemente, e sempre manter um conteúdo original, com respeito ao espectador.

A trajetória de Alexandre reflete um movimento cada vez mais comum no jornalismo: transformar a necessidade de adaptação em oportunidade, sem abrir mão da essência da comunicação, que é informar, aproximar e inspirar. “Dentro da área da comunicação, consegui encontrar uma coisa que junta o que eu gosto de fazer, o que eu aprendi a fazer na faculdade com o que o público quer consumir”, finaliza.

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