Focas nas Olímpiadas 2024: Vitor Silva relata sua experiência acompanhando os jogos
De Sorocaba para Paris, o futuro jornalista passou onze dias na capital da França colocando em prática o que aprendeu na universidade.
Por Nícolas Borbas (Agência Focs – Jornalismo Uniso)
Vitor Silva é o estudante da Uniso que esteve em Paris cobrindo os Jogos Olímpicos de 2024. O graduando do segundo módulo de jornalismo já nutria o desejo de seguir carreira como jornalista esportivo e com apenas 18 anos já tem em seu currículo a cobertura de um mega evento.
A ideia da viagem foi repentina, surgiu em maio, cerca de dois meses antes de o estudante embarcar rumo a Paris. O planejamento começou e quando Vitor viu que era possível tornar a ideia realidade, começou a procurar veículos de comunicação para fazer parcerias.
Olímpiadas Paris 2024
A abertura oficial dos jogos foi realizada no dia 25 de julho, com uma mudança inédita de formato, esta foi a primeira vez que o espetáculo que dá início às Olimpíadas foi realizado a céu aberto, com as seleções sendo apresentadas em barcos no rio Sena.
Mas uma falta de comunicação acabou afetando a experiência de alguns torcedores que desejavam ver a abertura, como é o caso das estadunidenses, Jade e Samantha, que relataram para Vitor o problema, “foi bem frustrante, porque disseram que seria grátis e não foi…”, elas se referiam à divulgação feita anteriormente, onde era dito que o evento seria aberto ao público, mas por motivos de segurança, foi necessário adquirir ingressos.
Enquanto os estrangeiros estavam no clima dos jogos, vários parisienses não pareciam felizes com sua cidade sendo a sede do evento. Alguns aproveitaram para viajar, mas outros se beneficiaram dos holofotes sobre Paris para manifestar sua infelicidade. Vitor presenciou um desses protestos quando chegou a Paris um dia antes da abertura, “Eles estavam fazendo um acampamento em uma praça bem popular (Place de la Republiqué). E em um cartaz estava escrito em francês: ‘França campeã de moradores de rua’, porque tem essa polêmica que a França começou a expulsar os moradores de rua”, porém, ao voltar ao local, não havia mais nenhuma manifestação ali.
Antes mesmo dos jogos começarem, em 2023, surgiu a ONG La Revers de La Medaille (O Outro Lado da Moeda), que denunciava a “limpeza social” que estava sendo feita na capital francesa. Segundo eles, moradores de rua estavam sendo expulsos de Paris para embelezar a cidade durante a época olímpica, essa é uma prática que já aconteceu em outras sedes de Olimpíadas.
No site da ONG (lereversdelamedaille.fr) é possível entender melhor sobre as motivações dos protestos, relatórios de expulsão, soluções e os comunicados à imprensa.
Apesar dos problemas, Vitor elogiou a organização e a segurança do evento, citando o monitoramento policial como destaque.
O aluno da Uniso acompanhou duas atuações da delegação brasileira presencialmente. A primeira, em 28 de julho, foi a vitória por 4X0 do mesatenista brasileiro Hugo Calderano, na partida contra o cubano Andy Pereira. No dia seguinte, Vitor acompanhou a derrota da equipe de rugby feminino para o Japão, que venceu por 39 a 12.
Um grande destaque da cobertura de Vitor foi a entrevista com Zé Roberto Guimarães, o técnico da seleção brasileira de vôlei feminino “Eu não esperava encontrar um multimedalhista de ouro olímpico do nada e poder fazer uma entrevista com ele”, conta o foca.
O trabalho jornalístico
Apesar de ir de forma independente e custear sua viagem, Vitor conseguiu firmar parceria com quatro emissoras de rádio, a Jovem Pan Sorocaba, a Atitude Online, a Web Esportes 360 e a Tropical FM. Essas parcerias renderam a possibilidade de produzir diferentes conteúdos, em variados formatos.
No entanto, ele conta que muitas pessoas que ouviam sua história o chamavam de “louco” por encarar uma viagem como aquela sozinho, mas também recebia elogios por estar tendo um começo de carreira promissor.
O foca citou o encontro com o jornalista Tino Marcos como um dos momentos mais especiais da viagem, “Foi um momento que eu parei e falei: Nossa, eu tô cobrindo as Olimpíadas com o Tino Marcos do meu lado. Eu pensei: Eu tô aqui”, Vitor acrescenta que Tino era um dos jornalistas que ele mais acompanhava na televisão.
Vitor também comenta sobre os desafios de enfrentar a cobertura sozinho, “Eu era o meu câmera, eu era o meu microfone, o editor, tudo”, e como se não bastasse, o universitário acabou encontrando um empecilho durante a viagem, o sinal dos principais veículos que transmitiam os jogos da seleção brasileira (Rede Globo e CazéTV) estavam bloqueados por conta da localização de Vitor, como solução, reuniu um grupo de cinco amigos, que todo dia mandavam um boletim sobre tudo o que aconteceu com os times brasileiros.
Em breve, Vitor pretende produzir conteúdos para seu Instagram (@vitor_jsilva_) para contar toda a experiência da viagem. Será uma série com 13 vídeos curtos relatando os momentos marcantes para ele nas Olimpíadas Paris 2024.