Padroeira da comunicação, Santa Clara é celebrada em agosto
A Santa que viveu no silencio do convento de Assis atravessa os séculos como referência para comunicadores, jornalistas e profissionais da mídia
Por Maria Clara Russini (Agência Focas – Jornalismo Uniso)
No dia 11 de agosto, o mundo celebra Santa Clara de Assis, religiosa italiana do século XIII que se tornou padroeira da comunicação e da televisão. Séculos após sua morte, sua história continua a inspirar profissionais da informação a exercerem a clareza, a ética e a responsabilidade na comunicação de mensagens.
Clara nasceu em 1194, em Assis, na Itália. Ainda jovem, aos 18 anos, destacou-se pela fé profunda, coragem e devoção aos mais necessitados. Inspirada por São Francisco de Assis, abandonou a vida de privilégios e riquezas familiares para dedicar-se à oração e à vida comunitária.
Em 1212, fundou a Ordem das Clarissas, uma das primeiras comunidades religiosas femininas a ter uma regra própria, escrita por ela mesma, garantindo autonomia às mulheres de sua época.
Canonizada em 1255, apenas dois anos após sua morte, Clara tornou-se símbolo de humildade, coragem e fé. Um dos episódios mais marcantes de sua trajetória ocorreu quando defendeu o convento contra invasores apenas com o Santíssimo Sacramento em mãos. Segundo relatos, o gesto fez os soldados recuarem.
A ligação de Santa Clara com a comunicação está associada a um episódio místico: já muito doente nos últimos anos de vida, ela não podia deixar o convento. No Natal de 1252, desejava acompanhar a celebração realizada na cidade. De acordo com suas companheiras, Clara teve uma visão que lhe permitiu “ver e ouvir” toda a missa, como se estivesse presente.
Mais de 700 anos depois, em 1958, o Papa Pio XII interpretou o episódio como uma forma antecipada de transmissão à distância. A partir disso, Santa Clara foi proclamada padroeira da televisão e, com o tempo, sua memória passou a ser associada também a todos os comunicadores, incluindo jornalistas, radialistas e profissionais de mídias digitais.
O próprio nome “Clara” significa luminosa ou brilhante, reforçando a simbologia da clareza e transparência na comunicação. Sua vida de silêncio e oração, paradoxalmente, transformou-se em uma mensagem que atravessa os séculos, conectando o mundo medieval às tecnologias de comunicação atuais.
Em tempos de informação rápida e, muitas vezes, pouco confiável, Santa Clara inspira o uso responsável da palavra e das mídias. Do silêncio do convento ao universo digital, sua memória mostra que a comunicação deve aproximar, esclarecer e transmitir esperança.
Mais de 770 anos após sua morte, Santa Clara permanece como símbolo da comunicação ética e clara, lembrada todos os anos em 11 de agosto. Sua história convida comunicadores e o público em geral a refletirem: como usar a palavra para iluminar, unir e transformar?

