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O rádio que informa, emociona e nunca se cala

Por Letícia Américo Camargo

“Eu sempre digo: a rádio vai anunciar o fim do mundo. Se um dia a internet acabar, quem vai anunciar é a rádio”, comenta Adriano Castor que não acredita no fim do meio de comunicação

Dia do radialista é comemorado em 7 de novembro desde 2006 | Foto: Rafaela Monteiro

Durante muitos anos, o dia do radialista era celebrado no dia 21 de novembro, entretanto, durante seu mandato em 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei nº 11.327, passando a comemorar a data em 7 de novembro. Como uma homenagem à Ary Barroso, que além de nascido no mesmo dia, é também um grande contribuidor para a história do rádio no Brasil, o momento serve para representar todos os profissionais que há décadas vem fazendo muito mais que apenas transmitir notícias, mas criando laços de carinho com os ouvintes.

O rádio começou a se popularizar no país na década de 1930, com o crescimento das transmissões, programas de entretenimento, jornalismo e música. Durante décadas foi o principal meio de comunicação de massa e perdura até os dias atuais, principalmente em regiões rurais e do interior, onde o acesso à internet é limitado e o canal se torna – as vezes – a única fonte de informação para a população local, e o som da voz do radialista se torna como o de alguém que faz parte da família.

Adriano Barros Amaral, mais conhecido como Adriano Castor, 45 anos, trabalha há 23 com rádio e jornalismo na cidade de Sorocaba. Apesar de ser formado em educação física, durante seu trabalho como professor de natação, Alexandre Moreto o convidou para narrar um jogo de basquete. Moreto se impressionou com a voz e a postura de Castor que começou a narrar outros jogos, até ser contratado pela TVCOM. Anos depois, entrou no Canal 3 da TV Votorantim, além de atuar na secretaria de esportes da cidade como assessor de imprensa. Em sua última passagem, onde ficou por dez anos, pode trabalhar na Band, Jornal Z Norte e na JovemPam, e agora, está enfim, realizando seu sonho como jornalista da Cruzeiro FM.

O radialista conta que o sonho surgiu de seu avô, que era apaixonado por rádio, e desejava que um de seus filhos trabalhasse na área e que entrasse na JovemPam. Apesar de nenhum herdeiro ter realizado esse sonho, Castor é o primeiro neto e apelidado de “filho caçula”, acabou por seguir com a carreira, até mesmo recebendo o convite para se juntar ao grupo querido pelo avô.

Adriano Castor sendo anunciado como novo membro da equipe da Cruzeiro FM | Foto: Reprodução/Instagram

“O dia do radialista é o terceiro dia mais importante da minha vida, depois do nascimento do meu filho e meu casamento. Sempre lembro de toda a minha trajetória, de tudo o que passei, e que não foi fácil, mas é o dia em que glorifico tudo isso, por que é o que eu mais amo fazer”, comenta.

Ao longo das décadas, o rádio precisou se reinventar, transmitindo seus programas pela internet – seja pelo Youtube ou outras redes sociais – migrando e adicionando os podcasts para alcançar novos públicos e trazendo novos assuntos para o microfone. Contudo, segundo Castor, o que não pode mudar é a necessidade de trabalhar a imaginação do ouvinte; brincar com isso é uma forma de manter o rádio vivo e de estimular a imaginação de quem ouve.

“O momento mágico, que toca todo mundo, é poder trabalhar a imaginação do ouvinte. Quando eu estava dando aula no SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), tinham dois alunos com deficiência visual que me disseram que entenderam o contexto de um dos programas através da minha descrição, e nesse momento, senti que o que eu faço faz diferença”, ressalta.

Para ele, o rádio ainda é muito valorizado no país, e é um dos maiores canais de comunicação e informação confiáveis para quem ouve. Com uma família, casa e um amor imenso, Castor é a prova viva de que viver do rádio é possível. “Quando você coloca amor naquilo que faz e consegue se sustentar com isso, se torna ainda mais gostoso, é sobre ter amor independente do que você faça.”

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