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Aluna PCD reivindica mais acessibilidade em prédio de Etec Sorocabana

A campanha alcançou mais de três mil assinaturas online, em dois dias de divulgação

Por Ana Carolina Cirullo (Agência Focs – Jornalismo Uniso) – 09 de março de 2023

A campanha tem o objetivo de chamar a atenção de autoridades que possam auxiliar na agilidade
das obras na escola. Foto: Divulgação no site Change.org

Um abaixo-assinado criado no dia 1º de março ganhou repercussão online após alunos de uma Escola Técnica (Etec) de Sorocaba se engajarem na reivindicação de obras de acessibilidade na unidade.

O pedido veio especialmente porque no início deste ano letivo, Maria Clara Hailer de Moraes, uma aluna que utiliza cadeira de rodas, conquistou a tão sonhada vaga na escola técnica e iniciou seu ensino médio na instituição. A escola tem três andares e não possui rampas nem elevadores que permitam a fácil locomoção de pessoas com deficiência. Por conta disso, um professor da Etec decidiu criar uma campanha de abaixo-assinado para reivindicar urgência nas obras de acessibilidade para o prédio escolar.

De acordo com Thiago Sagat, professor na Etec Fernando Prestes há 17 anos, a iniciativa é um passo importante para melhorar a acessibilidade no local. “Nós sabemos que não é de um dia para o outro que vai ser construído, porque existem questões burocráticas. Mas quanto mais cedo a gente pressionar, mais rápido a gente pode vir a ter uma resposta por parte do Centro Paula Souza, ou do governo do estado”, afirma.

A meta de assinaturas é atualizada conforme o nível de compartilhamento da campanha. Foto: Divulgação no site Change.org

Desde o dia 2 de fevereiro, quando as turmas do 1º ano do ensino médio iniciaram as aulas na Instituição, Maria Clara enfrenta dificuldades para conseguir frequentar todos os ambientes da escola. Sua mãe, Fabiana Hailer, conta que para levar a menina à quadra, é necessário carregá-la na cadeira de rodas para conseguir descer as escadas que levam até o local.

Para chegar no pátio a gente vai por fora, passando pelo estacionamento e por um corredor meio escuro, porque só tem essa rampa do lado de fora. No primeiro dia eu desci com ela pela escada, mas é muito esforço, não dá para ficar fazendo isso”, desabafa.

O acesso para a quadra da escola, é repleto de escadas que dificultam o trajeto até a área esportiva, que também é utilizada para eventos pela escola. Foto: Fabiana Hailer

O estado de São Paulo possui uma lei que garante locais de acessibilidade para pessoas com deficiência. Criada em 2008, o artigo 25 da lei nº 12.907 afirma que “a construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo a que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.”

A Etec Fernando Prestes tem mais de 90 anos e, até março deste ano, não recebeu nenhuma reforma que trouxesse acessibilidade e integração entre os três andares do prédio. De acordo com a mãe de Maria Clara, essas dificuldades na estrutura da escola podem ter sido um fator de distanciamento de alunos PCDs da possibilidade de estudarem em uma escola técnica. “Pensa quantos alunos já podem até ter desistido de estudar lá, por saberem disso (falta de acessibilidade)?”, questiona.

Em nota, o Centro Paula Souza (CPS) informou que a elaboração do edital para a realização de obras nos ambientes da escola está em fase interna de licitação. Por enquanto, todas as atividades acadêmicas da aluna estarão concentradas no primeiro andar do prédio, que tem uma via de acesso por uma rampa no estacionamento.

A reportagem também foi publicada no Portal temmais.com

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