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Focas nas Olímpiadas 2024: Vitor Silva relata sua experiência acompanhando os jogos

De Sorocaba para Paris, o futuro jornalista passou onze dias na capital da França colocando em prática o que aprendeu na universidade.

Por Nícolas Borbas (Agência Focs – Jornalismo Uniso)

Vitor Silva é o estudante da Uniso que esteve em Paris cobrindo os Jogos Olímpicos de 2024. O graduando do segundo módulo de jornalismo já nutria o desejo de seguir carreira como jornalista esportivo e com apenas 18 anos já tem em seu currículo a cobertura de um mega evento.

Vitor Silva no terraço da Galeria Lafayette, fundada em 1894 (Foto: Arquivo pessoal)

A ideia da viagem foi repentina, surgiu em maio, cerca de dois meses antes de o estudante embarcar rumo a Paris. O planejamento começou e quando Vitor viu que era possível tornar a ideia realidade, começou a procurar veículos de comunicação para fazer parcerias.

Olímpiadas Paris 2024

A abertura oficial dos jogos foi realizada no dia 25 de julho, com uma mudança inédita de formato, esta foi a primeira vez que o espetáculo que dá início às Olimpíadas foi realizado a céu aberto, com as seleções sendo apresentadas em barcos no rio Sena.

Mas uma falta de comunicação acabou afetando a experiência de alguns torcedores que desejavam ver a abertura, como é o caso das estadunidenses, Jade e Samantha, que relataram para Vitor o problema, “foi bem frustrante, porque disseram que seria grátis e não foi…”, elas se referiam à divulgação feita anteriormente, onde era dito que o evento seria aberto ao público, mas por motivos de segurança, foi necessário adquirir ingressos. 

Jade (esquerda) e Samantha (direita) (Foto: Vitor Silva)

Enquanto os estrangeiros estavam no clima dos jogos, vários parisienses não pareciam felizes com sua cidade sendo a sede do evento. Alguns aproveitaram para viajar, mas outros se beneficiaram dos holofotes sobre Paris para manifestar sua infelicidade. Vitor presenciou um desses protestos quando chegou a Paris um dia antes da abertura, “Eles estavam fazendo um acampamento em uma praça bem popular (Place de la Republiqué). E em um cartaz estava escrito em francês: ‘França campeã de moradores de rua’, porque tem essa polêmica que a França começou a expulsar os moradores de rua”, porém, ao voltar ao local, não havia mais nenhuma manifestação ali. 

Antes mesmo dos jogos começarem, em 2023, surgiu a ONG La Revers de La Medaille (O Outro Lado da Moeda), que denunciava a “limpeza social” que estava sendo feita na capital francesa. Segundo eles, moradores de rua estavam sendo expulsos de Paris para embelezar a cidade durante a época olímpica, essa é uma prática que já aconteceu em outras sedes de Olimpíadas.

No site da ONG (lereversdelamedaille.fr) é possível entender melhor sobre as motivações dos protestos, relatórios de expulsão, soluções e os comunicados à imprensa. 

Em tradução literal: ‘França campeã da habitação precária” (Foto: Vitor Silva)

Apesar dos problemas, Vitor elogiou a organização e a segurança do evento, citando o monitoramento policial como destaque.

O aluno da Uniso acompanhou duas atuações da delegação brasileira presencialmente. A primeira, em 28 de julho, foi a vitória por 4X0 do mesatenista brasileiro Hugo Calderano, na partida contra o cubano Andy Pereira. No dia seguinte, Vitor acompanhou a derrota da equipe de rugby feminino para o Japão, que venceu por 39 a 12.

Um grande destaque da cobertura de Vitor foi a entrevista com Zé Roberto Guimarães, o técnico da seleção brasileira de vôlei feminino “Eu não esperava encontrar um multimedalhista de ouro olímpico do nada e poder fazer uma entrevista com ele”, conta o foca.

O trabalho jornalístico

Apesar de ir de forma independente e custear sua viagem, Vitor conseguiu firmar parceria com quatro emissoras de rádio, a  Jovem Pan Sorocaba, a Atitude Online, a Web Esportes 360 e a Tropical FM. Essas parcerias renderam a possibilidade de produzir diferentes conteúdos, em variados formatos.

No entanto, ele conta que muitas pessoas que ouviam sua história o chamavam de “louco” por encarar uma viagem como aquela sozinho, mas também recebia elogios por estar tendo um começo de carreira promissor. 

O foca citou o encontro com o jornalista Tino Marcos como um dos momentos mais especiais da viagem, “Foi um momento que eu parei e falei: Nossa, eu tô cobrindo as Olimpíadas com o Tino Marcos do meu lado. Eu pensei: Eu tô aqui”, Vitor acrescenta que Tino era um dos jornalistas que ele mais acompanhava na televisão.

Vitor também comenta sobre os desafios de enfrentar a cobertura sozinho, “Eu era o meu câmera, eu era o meu microfone, o editor, tudo”, e como se não bastasse, o universitário acabou encontrando um empecilho durante a viagem, o sinal dos principais veículos que transmitiam os jogos da seleção brasileira (Rede Globo e CazéTV) estavam bloqueados por conta da localização de Vitor, como solução, reuniu um grupo de cinco amigos, que todo dia mandavam um boletim sobre tudo o que aconteceu com os times brasileiros.

Em breve, Vitor pretende produzir conteúdos para seu Instagram (@vitor_jsilva_) para contar toda a experiência da viagem. Será uma série com 13 vídeos curtos relatando os momentos marcantes para ele nas Olimpíadas Paris 2024.

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