Dia Nacional do Doador de Sangue reforça cuidados e importância da doação

Com estoques em alerta, especialistas destacam como a doação mantém vidas e serviços de saúde

Letícia Gebaile (Agência Focas – Jornalismo Uniso)

O Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado hoje (25), reforça a notoriedade da doação de sangue para a manutenção dos estoques e o funcionamento dos serviços de saúde. Símbolo de solidariedade, cuidado e empatia, a doação é essencial para o tratamento de milhares de pessoas, visto que cada bolsa coletada pode salvar até quatro vidas e atende desde vítimas de acidentes até pacientes em tratamento de câncer ou cirurgias de alta complexidade.

A data comemorativa foi estabelecida pelo Decreto de Lei nº 53.988, de 30 de junho de 1964, assinado pelo presidente Castello Branco. A data – 25 de novembro – foi definida em alusão ao aniversário da fundação da Associação Brasileira de Doadores Voluntários de Sangue. Além disso, este ato também é celebrado no dia 14 de junho, o Dia Mundial do Doador de Sangue.

Entre doadores e receptores, o laço da doação permanece vivo. Para a estudante de medicina, Marianna Marssaro Cortez, essa ação beneficia ambas as partes. “A importância para o receptor é mais perceptível, pois ele precisa do sangue para tratamento, ou mesmo para manter as funções vitais do organismo. Já para o doador, é uma questão de ajudar o outro, que faz com que sejamos mais humanos e completos.”

Marianna é doadora de sangue há cinco anos e explica que a formalização de uma data para marcar campanhas de saúde é uma ideia que chama a atenção e relembra a população de tópicos importantes, pois influencia os antigos doadores e incentiva os novos a irem até os postos de coleta. Segundo ela, doar sangue, além de ser benéfico e não possuir risco à saúde do doador, traz um sentimento de “dever cumprido”.

Para o Dr. Edson Yoshimitsu Oshiro (CRM 54184), médico especialista em Pediatria, Neonatologia, Acupuntura Médica e Florais de Bach, a doação de sangue no cenário brasileiro atual é indispensável, já que a demanda por sangue é constante devido à alta incidência de acidentes, cirurgias e doenças que requerem transfusões.

Além de enfrentar estoque crítico, o Brasil registra dificuldade na conscientização da população. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a porcentagem de doadores em uma população seja entre 3% e 5%. Atualmente, apenas 1,4% a 1,8% da população brasileira doa sangue, por isso o Ministério da Saúde ressalta a necessidade de aumentar o número de doares regulares para garantir um estoque de sangue eficaz em todo o país.

A doação de sangue, para mais do que salvar vidas e ajudar em tratamento de doenças e redução de riscos, é um ato de contribuição e empatia, pois é uma forma de se conectar com a comunidade e promover a conscientização do próximo. “Como eu trabalhei por muitos anos em UTI Neonatal, posso dizer que inúmeras vidas são salvas diariamente pela doação de sangue, principalmente nos pequenos prematuros, que tanto necessitam para a sobrevivência com sucesso”, conta o Dr. Edson Oshiro.

O médico otorrinolaringologista, Dr. Leonardo Brandini Sanches (CRM
208049), destaca sobre o Dia Nacional do Doador de Sangue e como essas medidas conscientizam e ajudam a população a ter noção da importância da ação. De acordo com Brandini, que também é doador, o sentimento de saber que ajudou alguém é tão satisfatório quanto o ato. “Só faça. É uma das melhores sensações que já tive”, finaliza o médico.

Quem pode doar e quais os cuidados necessários?

Antes de ir a um hemocentro, os possíveis doadores devem se atentar aos requisitos da doação de sangue:

• Ter entre 16 e 69 anos, sendo que a primeira doação deve ter sido feita até os 60 anos incompletos. (Os doadores menores de 18 anos devem ser acompanhados por um adulto maior de 21 anos, e precisam portar o Termo de Autorização de Doação);
• Pesar acima de 50 quilos;
• Estar em boas condições de saúde e alimentado, porém tendo evitado refeições pesadas (gordurosas) nas 3 horas que antecedem a doação;
• Portar um documento oficial e original com foto, que contenha CPF e esteja dentro do prazo de validade (RG, Carteira de Identidade Nacional (CIN), Carteira Profissional, Carteira de Habilitação).

Além desses requisitos iniciais, todo doador passa por uma triagem clínica antes da coleta. Nessa etapa, profissionais de saúde realizam uma série de perguntas para avaliar se a doação é segura tanto para o voluntário quanto para quem receberá o sangue. São questões sobre uso de medicamentos, histórico recente de procedimentos como tatuagens e piercings, viagens, hábitos de vida, entre outros pontos relevantes. Essa avaliação é sigilosa e segue normas técnicas do Ministério da Saúde.

Atenção: homens podem doar sangue a cada 2 meses, até no máximo 4 vezes no período de 12 meses. Já as mulheres podem doar a cada 3 meses, até no máximo 3 vezes no período de 12 meses.

Em Sorocaba, o posto de coleta para doação de sangue é o Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), localizado na Av. Comendador Pereira Inácio, 564, ao lado do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. O local funciona das 7h às 12h30, de segunda a sábado, e aceita no máximo 170 candidatos por dia. Os interessados podem agendar sua doação pelo site https://colsan.org.br/site/.