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A luta dos venezuelanos pela sobrevivência

Segundo Marcelo Zero, sociólogo e colunista do blog Brasil Debate, em seu artigo “Para entender a Venezuela”, a Venezuela está localizada na maior reserva de petróleo do mundo, sua reserva é 17% de todo o petróleo do mundo. “Este petróleo está a apenas 4 ou 5 dias de navio das grandes refinarias do Texas. Em comparação, o petróleo do Oriente Médio está entre 35 a 40 dias de navio dos EUA, maior consumidor de óleo do planeta”.
 A venda de petróleo é uma das maiores fontes de renda da Venezuela, então em 2016 quando o preço médio do barril de petróleo passou de $100 dólares para $33, a economia venezuelana teve uma grande queda e a inflação subiu disparadamente. Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela decidiu contornar essa situação fazendo um controle de gastos e câmbio e racionando as importações, isso ocasionou a crise socioeconômica e humanitária, que atualmente está ocorrendo na Venezuela.
Na reportagem “Cinco perguntas para entender a crise na Venezuela”, de Giovanna Tadini, para o portal da revista Época, encontramos dados de uma pesquisa feita por diversas universidades e ONGs sobre as condições de vida na Venezuela, os dados encontrados mostram que em 2016, 81% das famílias e lares já viviam abaixo da linha pobreza, e que 93% dos venezuelanos não conseguem comprar os alimentos que necessitam.
As consequências dessa crise venezuelana começaram a realmente afetar o Brasil em 2017. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) informou no dia 13 de maio de 2018, que desde 2014 foram registrados 145 mil pedidos de refúgios a partir de venezuelanos, e que dois terços desses pedidos foram realizados em 2017.
Hoje o Estado de Roraima já conta com mais de 40.000 refugiados venezuelanos, eles atravessam a fronteira de Santa Elena de Uiarén (Venezuela) com a cidade de Pacaraima (RR/ Brasil), em busca de melhores condições de vida, deixando para trás sua cultura, família e sonhos, já que na Venezuela quase não se tem mais alimento, medicamentos e itens de necessidade básica e sua moeda, o bolívar venezuelano, está totalmente desvalorizado. 
No dia 09/05/2018 o programa Profissão Repórter, apresentado pelo jornalista Caco Barcelos, foi ao ar, no qual o repórter Estevan Muniz apresenta a trajetória de uma família venezuelana que atravessou 5.000 km para chegar à cidade de São Paulo, em busca de uma vida com melhores condições.  Já o repórter convidado Rhonny Zamora, mostra o ponto de vista dos venezuelanos sobre a crise em seu país, através de duas famílias que moram em Caracas, capital da Venezuela, apresentando seu dia a dia através de filas gigantes para se conseguir um pão e os preços exorbitantes dos itens de necessidade básica que os venezuelanos são obrigados a pagar.
Até o momento não foram feitas muitas reportagens televisivas falando sobre a crise na Venezuela e a crise de refugiados venezuelanos em Roraima; foi importante a Globo ter produzido esse tipo de conteúdo, ainda em um veículo como a TV, que é uma mídia de comunicação em massa. O programa provavelmente informou muitos brasileiros que não sabiam o que está acontecendo e trouxe uma nova perspectiva para aqueles que sabiam da situação em Roraima, mas não entendiam o porquê desse fluxo migratório tão intenso estar ocorrendo. 
O Profissão Repórter conseguiu sensibilizar as pessoas com esse programa em específico, ele mostrou a realidade das famílias venezuelanas e como elas estão enfrentando essa crise de maneiras diferentes, e mesmo assim sofrendo enormes consequências. Quando o repórter Estevan Muniz chega em Boa Vista – Roraima, ele mostra a realidade da cidade nesse momento, enfrentando a crise de refugiados e a situação em que os venezuelanos se encontram lá. Uma coisa interessante que a reportagem do Estevan trouxe, é que mesmo tendo pessoas que ajudam e compreendem a situação desses imigrantes, também temos pessoas que são preconceituosas e racistas com os venezuelanos, que não se importam com a situação desumana em que eles estão vivendo. 
É importante as pessoas saberem o que está acontecendo em nosso país e nos países vizinhos, nós aqui no Brasil não podemos ajudar fisicamente os refugiados sírios ou as crianças na África, mas podemos ter essa oportunidade de ajudar os venezuelanos que estão em nosso país, dando oportunidades de emprego, abrigo, roupas e comida.
São reportagens como essa, que ajudam as pessoas a se sensibilizarem e a entender a realidade do que está acontecendo em Roraima e na Venezuela, e estarem dispostas a ajudar as pessoas que estão enfrentando essa crise humanitária.   

Texto: Raiane Teofilo

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