Olhares contam histórias: “É com a integração que a gente chega longe”
Alunos de Design apoiam ONG MOMUNES no projeto integrador (02/12)
Por Julio Ribeiro (Agência Focs – Jornalismo Uniso)

Conscientização e Integração descrevem o trabalho feito pelos alunos do segundo semestre de Design da Universidade de Sorocaba (Uniso). Neste período do curso, os esforços dos graduandos de ambos os períodos (manhã e noite) foram destinados a ajudar o Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba (MOMUNES), uma ONG gestora de cinco centros de educação infantil, quatro casas de acolhimento e duas repúblicas. A princípio, a entidade surgiu para amparar, principalmente, mulheres negras e solteiras, com poucas oportunidades. Entretanto, isso se expandiu e agora o programa também abrange crianças e idosos por meio de suas ações.
Atualmente, a entidade é responsável pela Casa Recomeçar, para mulheres, Casa Lar São José, para crianças e a República Jovens, para jovens egressos de casas de acolhimento de 18 a 21 anos. Além disso, a sede da instituição também desenvolve dois projetos para idosos: o serviço de fortalecimento de vínculo para pessoas acima de 60 anos e o Centro Dia.
Na Uniso, as ações são coordenadas pelo professor e designer Marcelo Silvani, para que os alunos contribuam da melhor forma. Neste semestre, os estudantes ficaram encarregados de confeccionar itens personalizados, com estampas exclusivas cuja venda seria convertida em fundos para a instituição. Para a criação, os alunos exploraram músicas brasileiras e gírias populares, no projeto chamado “Olhares”. Dentre os itens, foram oferecidas ecobags, calendários, chaveiros, aventais e até geléias – com direito a versão diet.
Toda a turma de futuros designers contribuem para o processo, de maneiras diferentes. Isto é, na sala de aula, cada grupo fica responsável pela personalização de um item em específico. Já no dia da apresentação, sábado (02), eles se mobilizam para cuidar das vendas, explicar o projeto pros interessados e divulgar a exposição pelo campus da Cidade Universitária, para alunos de cursos distintos e outros visitantes.


A exposição começa pelas 09h, no LID (Laboratório de Inovação e Design), e encerra ao meio dia, porém, o trabalho de conscientização com alunos acontece durante o ano todo, para que eles entendam do que se trata o MOMUNES, com palestras sobre racismo, preconceito e discriminação. Segundo Mazé Lima, fundadora da instituição, a parceria, além de ajudar financeiramente, também é importante para: “desmistificar isso de que o movimento de mulheres negras faz um trabalho só para a comunidade negra. Nossos projetos são de parceria com a cidade, então temos atendimento social para idosos, crianças, mulheres em situação vulnerável.”.
A fundadora também aproveita para compartilhar sua animação com todo o Projeto Integrador: “Está maravilhoso. É real! Uma coisa concreta. Você vê o trabalho que foi desenvolvido durante o ano. Isso é algo que traz de volta para a própria universidade a educação que aqui é dada.”.
“É o famoso dar-se as mãos” – Ângela


(Foto: Julio Ribeiro)
Sobretudo, a colaboração deste ano marca a segunda experiência da ONG com a Universidade de Sorocaba. Aliás, ela é essencial, afinal, além de divulgar a entidade, o rendimento contribui para que o programa continue ajudando quem precisa. Ângela Fiorenzo, jornalista e orientadora social no MOMUNES revela que a ONG recebe ajuda da prefeitura, porém, os recursos são limitados, já que o número de entidades em Sorocaba é muito grande.
“Estar na Uniso é maravilhoso. Em primeiro lugar, é o reconhecimento do nosso esforço em busca do melhor para Sorocaba. Aliás, é uma oportunidade para que os alunos conheçam nossas necessidades, e não só as nossas, pois conhecendo as necessidade de uma organização, o olhar muda. Que é o nome e objetivo do evento. “Olhares diferentes para diferentes formas e direções. É com a integração que a gente chega longe e cresce ”, complementa a orientadora.